A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China pode arrastar-se até novembro de 2020 e Portugal pode sair prejudicado.
Tudo começou em março do ano passado, quando os Estados Unidos anunciaram as primeiras tarifas adicionais ao aço e alumínio. Mas quem espera o fim deste capítulo negro da economia mundial, não há propriamente boas notícias.
Segundo o Diário de Notícias, há quem antecipe na Alemanha um percurso que pode durar até pero de novembro de 2020, data em que se realizam as eleições presidenciais norte-americanas.
Florian Hensen, economista do banco de investimento alemão Berenberg, acredita que “EUA e China irão eventualmente chegar a algum tipo de acordo comercial que amenize as tensões sobre tarifas. Ao fim e ao cabo, Trump quer ser reeleito em 2020 e é um reconhecido negociador. Mas o risco de que EUA e China falhem em chegar a um acordo parcial, ou que demore até 2020 ou mesmo mais tarde para conseguir um avanço, adivinha-se maior do que antes“.
A economia alemã não deverá crescer além dos 0,5% este ano, segundo a Comissão Europeia. Em Portugal, o cenário não é melhor: “já se está a assistir a algumas pressões negativas na balança comercial. Está a haver uma inflexão”, disse ao matutino o economista António Mendonça, professor no ISEG.
“Portugal é um país de reduzida dimensão, muito aberto ao exterior. Tudo aquilo que se passar na economia internacional, particularmente na economia europeia, imediatamente tem uma repercussão aqui. É inevitável“, afirmou ainda o especialista.
O nosso país irá sentis os efeitos negativos da cadeia de transmissão comercial europeia e de uma retração da procura e do investimento, habitual nos cenários de incerta. Segundo o economista, o cenário é ainda agravado pela falta de recuperação dos rendimentos da classe média e por uma fraca reação europeia ao contexto internacional.
“Faz falta na Europa uma política macroeconómica integrada com características expansionistas, que não está a haver”, disse, em declarações ao DN.
Para Florian Hense, os efeitos da guerra comercial já se fazem sentir sobre a Europa há 18 meses, mas a possibilidade de Donald Trump retomar a ameaça de sobretaxar carros e componentes da União Europeia ainda está em cima da mesa, e pode agravar o clima.
Fonte: ZAP