Aveiro, 1 de outubro de 2025 – Uma demissão coletiva de militantes do partido Reagir, Incluir, Reciclar (RIR) no distrito de Aveiro veio a público, com os demissionários a apontarem o dedo à Direção Política Nacional por “total ausência de resposta” e “falta de comunicação e decisão”. O comunicado de imprensa, datado de 29 de setembro de 2025, foi enviado por Miguel Pereira, um dos militantes envolvidos, e detalha os motivos que levaram a esta rutura.
A decisão de demissão em bloco surge na sequência de um inquérito interno iniciado a 27 de julho de 2025, após a retirada de confiança ao coordenador José Porfírio Santos e a outros militantes que a direção apelidou de “mais próximos” – e que, segundo o comunicado, seriam os “últimos militantes que restam no distrito”. Os militantes consideram o inquérito “nulo e sem efeito” devido à falta de resposta dos órgãos internos do partido, nomeadamente a Direção Política Nacional, a Assembleia Geral e o Conselho Jurisdicional.
Em resposta a um pedido de mais informações, Miguel Pereira explicou que o pedido de demissão “advém da falta de confiança na direção pelo mau trabalho realizado nas últimas eleições, e pelo boicote que foram efetuando ao nosso trabalho no terreno”. Este boicote, segundo Pereira, culminou em maio com um comunicado à imprensa de retirada de confiança ao coordenador de Aveiro e aos “militantes mais próximos”, e a abertura do inquérito em questão.
Passados dois meses sem qualquer resposta ao inquérito, os militantes acusam a direção de “desrespeito e falta de competência institucional”. A isto soma-se a “falta de reação dos órgãos do partido” às tentativas de contacto sobre o assunto, incluindo do fundador do partido e membro da Assembleia Geral, Vitorino Silva (Tino de Rãs), que “se recusou sempre a dialogar”. Pereira menciona ainda a recusa da direção em pronunciar-se sobre “injúrias lançadas ao nosso então coordenador José Porfírio dos Santos e a um grupo de simpatizantes por parte de um membro da direção na rede social Facebook”.
Os militantes demissionários são José Porfírio dos Santos, Liliana Santos, Alcino dos Santos Ferreira e José Miguel Pereira. A decisão de tornar pública a demissão foi tomada “em defesa da nossa honra”.