(dr) Museu do Dinheiro
Detalhe decorativo no Museu do Dinheiro do Banco de Portugal, antiga Igreja de S. Julião
Os principais banqueiros portugueses acreditam que o mais difícil da crise provocada pela pandemia de covid-19 ainda está para vir.
Na SIC Notícias, no âmbito do CEO Banking Forum, uma parceria do canal televisivo com o Expresso e a consultora Accenture, os principais banqueiros portugueses adiantaram que os bancos estão em melhores condições para ajudar a economia, mas, para já, recusam que estejam a falhar na ajuda aos empresários.
Segundo o Expresso, às críticas de que os empréstimos garantidos pelo Estado ainda não foram disponibilizados às empresas, os responsáveis da CGD, BCP, BPI e Novo Banco avançaram com números para responder: os quatro bancos têm aprovados 3.850 milhões de euros no âmbito das linhas de crédito garantidas pelo Estado.
Paulo Macedo, da CGD, antecipou que o banco deverá acabar com cerca de 800 milhões de euros de créditos aprovados e o BCP 1.450 milhões de euros, segundo Miguel Maya. António Ramalho revelou que o Novo Banco tem 1.000 milhões de euros, dos quais 400 milhões já chegou às empresas, 160 milhões estão disponíveis e o resto está em trânsito. João Pedro Oliveira e Costa, do BPI, falou em 600 milhões de euros, dos quais 52% já contratados.
“O dinheiro está a chegar, com uma banca que está a cumprir o seu papel, da mesma maneira que o Governo está a cumprir, com políticas anticíclicas”, disse o responsável da Caixa Geral de Depósitos. Oliveira e Costa adiantou, até, que já existe uma reanimação económica, ainda que tímida, após o confinamento.
António Ramalho disse que a pressão sobre a intervenção da banca tem sido elevada, mas que será ainda mais no futuro: “O papel da banca vai ser muito mais importante na segunda fase da reconstrução, que vai ser muito mais difícil”, constatou.
“A crise é pior, mas há um outro consenso, embora menos falado: é que os bancos estão muito mais bem preparados para esta crise”, sustentou Paulo Macedo, acrescentando há também incertezas, nomeadamente por tudo depender da saúde.
Para os banqueiros, a realidade futura é com o crescimento do crédito malparado, que vai depender dos prazos das moratórias de crédito, atualmente a permitirem que as empresas e os particulares não paguem as prestações até ao fim de setembro.
“É óbvio que é preciso prolongar essas moratórias. O final do ano não é suficiente”, explicou Miguel Maya, acrescentando que “tudo o que seja menos do primeiro trimestre de 2020 é pouco”.
Fonte: ZAP