O Banco de Portugal (BdP) mostrou-se contra a nova política de pagamento de juros da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que pretende deixar de pagar juros abaixo de um euro em depósitos poupança e a prazo, avança a SIC Notícias.
De acordo com o mesmo canal, o BdP não concorda com a decisão do banco público anunciada a semana passada e já pediu uma alteração antes que esta entre em vigor. A SIC não adianta, contudo, qual será a alteração em causa.
“O Banco de Portugal já transmitiu à Caixa Geral de Depósitos a sua posição relativamente à política de pagamento de juros de depósitos a prazo recentemente anunciada por esta instituição de crédito”, afirmou o regulador, citado pela SIC, que diz ter apurado que o BdP é contra a decisão do banco liderado por Paulo Macedo.
A CGD anunciou, recorde-se, que a partir de 1 de agosto vai alterar a forma de pagamento de juros nos depósito a prazo e poupança, deixando de pagar os juros inferiores a um euro. Além de reter os juros com valor inferior a um euro, o banco público pretende também implementar um corte de 70% nos juros que paga em depósitos poupança. Assim, os juros semestrais passam de 0,05% para 0,015%.
Com a decisão, e de acordo com o semanário Expresso, a CGD pretende direcionar os clientes para contas-pacote. Esta alteração leva a que os depósitos tenham de ter um valor superior a 6.666 euros para que haja pagamento de um juro semestral.
O Bloco de Esquerda, pela voz da deputada Mariana Mortágua, veio já questionar o Governo sobre a decisão da Caixa. “A Caixa não pode reter juros de depósitos a prazo que não lhe pertencem. 10 cêntimos, 20 cêntimos, 30 cêntimos pertencem às pessoas, não pertencem à Caixa”, começou por dizer a bloquista.
“Por isso questionamos o Governo para que nos possa explicar como é que é possível que um banco público – que se tem que destacar como banco público – (…) não pode estar a liderar o mercado nas más práticas. E queremos que o Governo se pronuncie e tome uma atitude face a esta prática que achamos que não é aceitável”, rematou.
Contactado pela SIC, o Ministério das Finanças não quis prestar quaisquer comentários.
Na semana passada, depois de anunciada a decisão da CGD, o Governo disse que não intervém nos juros do banco público.“No quadro da missão atribuída pelo Governo à CGD, cumpre à administração definir e implementar as medidas concretas de execução do plano estratégico, incluindo no que respeita à atualização das taxas de juros dos depósitos a prazo”, apontou a assessoria do Ministério das Finanças citada pelo semanário Expresso.
Fonte: ZAP