A Estação de Avisos de Entre Douro e Minho divulgou novas orientações para os agricultores da região, com destaque para a viticultura, fruticultura e hortícolas. O boletim inclui informações sobre doenças e pragas, recomendações de tratamento e práticas de cultivo para aumentar a resiliência das culturas face às condições climáticas.
VINHA: ALERTA PARA O MÍLDIO E GEADAS
A precipitação registada no inverno de 2025 foi inferior à dos anos anteriores, mas ainda suficiente para a conservação dos oósporos de Plasmopara vitícola (míldio da vinha). Recomenda-se monitorização atenta e, em caso de condições favoráveis à infecção, a aplicação de fungicidas preventivos.
As temperaturas amenas do outono e início do inverno podem provocar rebentação precoce em videiras podadas cedo, tornando-as vulneráveis a geadas. É recomendada a adoção de técnicas de proteção, como a rega noturna e a utilização de cortinas de fumo.
CUIDADOS NA PLANTAÇÃO DE VINHAS
A instalação de novas vinhas deve ser concluída até ao final do inverno para evitar fracassos de pegamento e altas taxas de mortalidade das videiras. A utilização de adubo rico em fósforo e hormonas de enraizamento favorece o desenvolvimento radicular. Recomenda-se evitar ferimentos nas raízes, pois podem facilitar a entrada de patógenos do solo.
A técnica de enrelvamento com gramíneas e leguminosas é incentivada para prevenir a erosão, melhorar a estrutura do solo e estimular a biodiversidade microbiana.
ACTINÍDEA (KIWI): PREVENÇÃO DA PSA
A Pseudomonas syringae pv. actinidiae continua a representar um risco para a produção de kiwis. A poda deve ser realizada em dias secos, priorizando plantas sãs e removendo as afetadas por último. É recomendada a aplicação de calda bordalesa após a poda, com temperaturas superiores a 8°C, para conter a disseminação da doença.
CITRINOS: COMBATE AO MÍLDIO E GOMOSE
A Phytophthora sp. continua a ser uma preocupação na cultura dos citrinos. A remoção de frutos doentes e a pulverização com calda bordalesa ajudam a controlar o míldio. No caso da gomose basal, é essencial evitar o acúmulo de água no colo das árvores e realizar podas que melhorem a circulação de ar na copa.
HORTÍCOLAS: ALERTA PARA TRAÇA DO TOMATEIRO E MÍLDIO DA CEBOLA
A Tuta absoluta pode comprometer a produção de tomate em estufas e ao ar livre. Recomenda-se a remoção de restos culturais e o uso de redes de proteção nas estufas. Para a Peronospora destructor, causadora do míldio da cebola, sugere-se rotação de culturas e espaçamento adequado entre as plantas.
PREVISÃO METEOROLÓGICA E IMPACTOS
Os registos de precipitação e horas de frio apontam para um inverno mais seco e irregular em relação a anos anteriores. Regiões como Vila do Conde apresentaram apenas 606 mm de precipitação acumulada, enquanto outras como Amarante atingiram 728 mm. O déficit de frio pode afetar a regularidade da floração em fruteiras de clima temperado.
CONCLUSÃO
A campanha agrícola de 2025 requer atenção especial aos impactos climáticos na viticultura, fruticultura e hortícolas. Medidas preventivas, como a adoção de práticas culturais adequadas e o monitoramento fitossanitário, serão essenciais para minimizar perdas e garantir boa produtividade. A Estação de Avisos de Entre Douro e Minho continuará a fornecer atualizações regulares para apoiar os agricultores na tomada de decisões.
Fonte: Estação de Avisos de Entre Douro e Minho