Amílcar Morais Pires reuniu-se secretamente com o presidente da Eurofin, Alexandre Cadosch, para tentar arranjar novas formas de financiamento oculto para esconder o buraco na Espírito Santo International.
Amílcar Morais Pires, CFO do BES e número dois de Ricardo Salgado, marcou uma reunião com os administradores da Eurofin. Reunidos secretamente no lago do Como, em Itália, discutiram o buraco provocado pelas offshores geridas pela empresa suíça e a urgência em arranjar novas formas de financiamento oculto, escreve o Expresso.
Acompanhado de Isabel Almeida, diretora financeira do BES, Morais Pires encontrou-se com o presidente da Eurofin, Alexandre Cadosch, e Michel Creton, ambos arguidos no caso BES. A reunião aconteceu no dia 21 de outubro de 2013 e durou dois dias.
Nessa altura, o Banco de Portugal (BdP) tinha determinado que o ramo financeiro e não-financeiro do Grupo Espírito Santo (GES) tinha de ser passado a pente fino. O BdP recorreu à PwC para elaborar uma auditoria, que fez soar o alarme nas altas fileiras do banco.
Face a esta situação, os responsáveis da Eurofin entregaram um estudo a Morais Pires e Isabel Almeida que concluía que o impacto do buraco das offshores da empresa helvética tinha-se agravado. O despacho de acusação ao qual o Expresso teve acesso mostram que os gastos com a Eurofin passaram de de 330,6 milhões de euros a 31 de dezembro de 2012 para 585,8 milhões a 28 de junho de 2013. A 30 de setembro, a ‘conta’ já ia em 714 milhões.
As equipas de Lisboa e da Suíça procuraram soluções para arranjar novas fontes de financiamento para suportar as perdas, mas os esforços de esconder o buraco foram por água a baixo. Dois dias depois, o BPI pediu os relatórios e contas de todas as entidades do GES e o mapa de dívida repartido por empresa.
Entre a espada e a parede, a 18 de novembro, o GES reportou ao Banco de Portugal um “erro” de 1,3 mil milhões de euros nas contas da Espírito Santo International (ESI).
Fonte: ZAP