Apesar de serem proibidas desde 2017, as transações de imobiliário feitas em numerário têm vindo a aumentar, escreve o jornal Público esta quarta-feira.
O matutino cita dados do IMPIC, o regulador do setor imobiliário, que revelam que, entre janeiro e maio deste ano, foram reportadas transações em numerário no valor global de 22,6 milhões de euros, uma subida de 32% face ao mesmo período do ano passado e que representam menos de 1% do total.
Os dados referentes a estas transações são agora remetidos pelos agentes económicos à Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária, ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal e ao Fisco, para apreciação, isto porque as transações em numerário acima de 3.000 euros são proibidas desde 2017.
Tal como recorda o diário, as obrigações de reporte já existiam desde 2011, nomeadamente a identificação dos intervenientes, o montante global do negócio e o meio de pagamento utilizado na transação. Desde 2017, passou a ser proibida a utilização de numerário para pagamentos de transações acima dos três mil euros. Mesmo assim, o número de negócios feitos com dinheiro vivo está a aumentar.
Até ao final do mês de maio foram efetuadas 48.583 comunicações de transações pelos respetivos agentes económicos, no valor de 11 mil milhões de euros, o que representa um aumento de cerca de três mil comunicações face ao período homólogo de 2018, quando o valor atingido foi de 8,8 mil milhões, escreve ainda o Público.
Em declarações ao jornal, o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária em Portugal (APEMIP), Luís Lima, garante não ter dados para saber qual a incidência deste tipo de operações em dinheiro, mas lembra “que cerca de 30% dos negócios mobiliários não são mediados, logo não são fiscalizados”.
Por outro lado, o presidente da Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal (Asmip), Francisco Bacelar, diz que lhe chegam “cada vez mais relatos de negócios desfeitos por tentativas desse teor”, ou seja, pagamento em numerário.
Fonte: ZAP