A candidatura de Patrícia Botelho à Câmara Municipal de Castelo de Paiva pelo CHEGA está a gerar forte polémica nas redes sociais. O debate centra-se num facto que a própria tornou público: a candidata não só não nasceu, como também não vive no concelho que pretende governar.
A controvérsia realça uma expectativa fundamental do eleitorado nas eleições autárquicas: a de que um candidato deve possuir uma vivência real e prolongada no local para compreender em profundidade a sua essência, cultura, gentes e os seus problemas quotidianos.
Numa publicação de apresentação, a candidata admite abertamente a sua condição de forasteira. “Não sou Paivense de gema, no entanto, considero-me Paivense pelo afeto por esta linda terra, uma vez que cresci com estreito contacto com o Concelho de Castelo de Paiva”. A sua justificação para a candidatura baseia-se neste laço afetivo e em relações profissionais com empresas locais, e não numa experiência como habitante.
Esta situação levou a que fosse apelidada de “paraquedista” nas redes sociais, um termo usado para descrever candidatos impostos externamente num território. Curiosamente, a própria candidata antecipou a crítica na sua apresentação, afirmando: “Sei que os meus adversários quererão fazer de mim uma paraquedista, mas como podem perceber, eu conheço e estou familiarizada com Castelo de Paiva”.
A reação online demonstra que, para muitos eleitores, a familiaridade à distância não substitui a experiência de residir no concelho. O caso de Patrícia Botelho acendeu, assim, o debate sobre o que é considerado essencial para representar e liderar uma comunidade local.