A carga fiscal dos portugueses continua a aumentar e, depois de ter atingido um máximo histórico em 2018, pode atingir o valor mais alto de sempre já no próximo ano.
Depois de o Banco de Portugal ter alertado que, em 2018, a carga fiscal permanente subiu e superou os níveis da Troika, agora é a Comissão Europeia que avisa que no próximo ano o peso dos impostos e das contribuições no produto interno bruto devem atingir um novo valor recorde, chegando aos 35,5%.
A se verificar esta previsão, o peso da carga fiscal no PIB deverá subir 5,1 pontos percentuais, atingindo assim um máximo histórico em Portugal. As indicações da Comissão Europeia contrariam os cálculos do Ministério das Finanças que prevê que o peso da tributação se mantenha igual ao valor de 2019.
Segundo o Diário de Notícias, apesar da carga fiscal portuguesa não ser das maiores da Europa, este aumento previsto será o quinto maior da zona euro. Desta forma, os impostos e contribuições sobem a um ritmo superior à economia portuguesa.
Ainda no mês passado, Mário Centeno, disse que a carga fiscal dos portugueses não está a aumentar. O ministro das Finanças defende que o indicador usado não está a ilustrar de forma inteiramente correta a carga fiscal dos portugueses. Centeno explicou que usar o PIB como termo de comparação não permite conhecer o esforço fiscal feito pelos portugueses.
Contrariando as previsões da Comissão Europeia, o Governo diz ainda que as alterações na legislação que tem feito deste que está no poder até reduzem a carga fiscal. Contudo, assume que há outro fatores que agravam esse rácio, nomeadamente o crescimento da economia e do emprego, e a não atualização dos escalões do IRS.
Juntamente com Portugal, outros 19 países vão aumentar a sua carga fiscal já no próximo ano. O agravamento português de 0,1% ficará ainda longe da subida de 2,6% do Chipre, que é o caso mais gritante na zona euro. No sentido contrário, a Grécia vai diminuir a sua carga fiscal, com uma descida de 2% do PIB.
Com esta carga fiscal prevista pela Comissão Europeia, o Governo português conseguirá arrecadar mais de 76 mil milhões de euros em impostos e descontos. Isto reflete um aumento de quase 7% em relação ao ano passado.
Fonte: ZAP