Em Castelo de Paiva, o transporte escolar parece ter adotado uma lógica peculiar. O autocarro destinado a buscar adolescentes em algumas freguesias mais distantes inicia o seu percurso precisamente no horário em que as aulas começam. Um verdadeiro paradoxo temporal: os estudantes já estão atrasados antes mesmo de entrarem no veículo.
Enquanto os jovens aguardam no ponto de paragem com os livros em mãos e o relógio em contradição, as anotações de atraso acumulam-se como prémios de uma corrida que nunca puderam disputar. Afinal, por que ajustar horários quando se pode testar a paciência e o senso de justiça dos futuros cidadãos? Talvez o autocarro esteja apenas a ensinar uma lição de vida: nem sempre chegar a horas depende de nós.