Miguel A. Lopes / Lusa
O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade
Rocha Andrade, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e atual deputado socialista, entende que contabilizar todo o tempo de serviço congelado dos professores implicaria um aumento da despesa equivalente a subir um ponto do IVA.
Fernando Rocha Andrade, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e atual deputado socialista, considera que contabilizar integralmente o tempo de serviço congelado dos professores corresponderia a subir o IVA em um ponto percentual.
Ao Jornal de Negócios, o político refere que esta tem sido uma das muitas reivindicações feitas pelos vários setores e cuja concretização teria de implicar um aumento dos impostos.
“O que se tem dito é que não só não há disponibilidade para satisfazer essa reivindicação em concreto, como por uma questão de justiça, se fosse satisfeita, outras carreiras especiais, que também têm impacto negativo, tinham de ser satisfeitas da mesma maneira”, começa por afirmar Rocha Andrade, sobre a contabilização do tempo de serviço dos professores.
Para o antigo secretário de Estado, contabilizar os nove anos, quatro meses e dois dias congelados (em vez de contar apenas os dois anos propostos pelo Governo e vetados pelo Presidente da República), significaria passar o “envelope financeiro de valores próximos de 200 milhões de euros anuais para valores próximos dos 600 milhões de euros”, isto é, o equivalente a um ponto a mais no IVA, “ou cerca de metade da receita da sobretaxa”.
“A verdade é que não é possível compatibilizar as duas prioridades, que seriam satisfazer as reivindicações e continuar a reduzir os impostos”, frisa o deputado socialista, referindo-se às demais exigências que têm sido feitas por múltiplos setores.
Além disso, conclui Rocha Andrade, essa capacidade de satisfazer a reivindicações “está limitada pela capacidade do país gerar riqueza”. Fazê-lo implicaria “necessariamente” subir os impostos.
Fonte: ZAP