O banco liderado por Paulo Macedo vai pagar 200 milhões de euros em dividendos ao acionista Estado no dia 5 de junho. Este será o primeiro pagamento desde 2010.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) anunciou esta segunda-feira que vai proceder ao pagamento de dividendos relativos ao exercício de 2018 na quarta-feira. A CGD entrega dia 5 de junho 200 milhões de euros em dividendos relativos a lucros de 2018 ao acionista Estado, representado por Mário Centeno, ministro das Finanças.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a CGD informa que “no próximo dia 5 de junho, irá ocorrer o pagamento do dividendo relativo ao exercício de 2018, sendo o valor unitário de 0,2601359546 por ação”, tal como foi decidido na assembleia-geral realizada no dia 31 de maio.
Nessa assembleia-geral foi aprovada a proposta do Conselho de Administração de aplicação do resultado do exercício de 2018 que destina 200 milhões de euros para dividendos a entregar ao Estado, o acionista único.
Na mesma ocasião foi também aprovada a canalização de 67,56 milhões de euros para a reserva legal e 70,24 milhões de euros para outras reservas e resultados transitados.
No comunicado enviado ao mercado é ainda referido que o pagamento dos dividendos será efetuado via Central de Valores Mobiliários, visto “tratar-se de valores mobiliários integrados na referida Central”.
Foi no final de abril que a CGD informou o mercado que tinha reservado 200 milhões de euros para dividendos – os primeiros desde 2010 – a entregar ao Estado, tendo já obtido “a respetiva aprovação por parte das entidades de supervisão competentes”. A informação constava do Relatório de Gestão e Contas da CGD referente a 2018, ano em que o banco teve lucros de 496 milhões de euros, que foi divulgado no site da CMVM.
O resultado de 496 milhões de euros em 2018, correspondeu ao segundo ano consecutivo de lucros da CGD, ficando bem acima dos 51,9 milhões de euros registados em 2017, e seguindo-se aos prejuízos acumulados acima de 3.800 milhões de euros entre 2011 e 2016.
Depois, em 2 de maio, na conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro trimestre deste ano (126 milhões de euros de lucro), Paulo Macedo considerou que a distribuição de dividendos ao Estado “é um dos fatores” da “normalização da atividade do banco”.
Paulo Macedo referiu também, em 8 de maio, que quer que os dividendos que o banco público irá pagar este ano ao Estado sejam os primeiros de “uma longa série”.
“Terá de ser o nosso empenho [pagar dividendos], [o objetivo] é ser uma longa série e sobretudo pôr os portugueses mais exigentes com o retorno” do investimento do Estado na CGD, disse o presidente executivo do banco público, na Conferência CEO Banking Forum.
Na mesma ocasião, Paulo Macedo frisou que, uma vez que a última recapitalização de quase 5.000 milhões de euros foi feita como se “de um investidor privado se tratasse”, o Estado terá de ser ressarcido.
Fonte: ZAP