O tenente-general Martins Pereira, chefe de gabinete de Azeredo Lopes, ofereceu o seu telemóvel à PJ para investigação. As provas poderão demonstrar que o ex-ministro da Defesa mentiu no caso de Tancos.
Azeredo Lopes, ex-ministro da defesa, afirmou publicamente que nunca tinha sido informado, pelo seu chefe de gabinete, o tenente-general Martins Pereira, sobre o esquema da PJ Militar no roubo de armas de tancos.
Contudo, de acordo com o CM, o chefe de gabinete ligou-lhe através do Whatsapp, dando-lhe conta da forma como as armas foram recuperadas e do encobrimento dado pela PJ Militar aos autores do furto de tancos.
O Whatsapp, uma aplicação de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones, funciona através da internet o que invalida o registo de chamadas pelas operadoras.
Sem esse registo, as investigações da Judiciária Civil e do DCIAP nunca poderiam chegar à ligação efetuado pelo chefe de gabinete do ministro.
Para demonstrar a verdade, o general ofereceu o seu telemóvel de modo a ser realizada uma perícia que poderá confirmar a chamada que diz ter efetuado ao ministro na presença de responsáveis da PJ Militar – Luís Vieira, diretor e Vasco Brazão, investigador.
Os responsáveis da PJ Militar teriam ido levar ao gabinete do tenente-general um memorando a dar conta de parte da atuação que tiveram, à margem da lei, e terão presenciado o telefonema que Martins Pereira fez ao ministro.
Azeredo Lopes, que será chamado ao DCIAP para prestar esclarecimentos, sempre negou ter sido informado do esquema da PJM e arrisca agora a ser constituído como arguido por denegação de justiça.
Costa garante que não conhecia memorando
O primeiro-ministro António Costa afirmou que o ex-ministro da defesa não o pôs ao corrente sobre o que se passou em Tancos e assegurou esta manhã de sexta-feira que não teve qualquer conhecimento da encenação que aconteceu.
“Nem através de Azeredo Lopes nem através de ninguém, não conhecia”, disse o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro respondeu aos jornalista quando questionado sobre as declarações do tenente-general Martins Pereira, chefe de gabinete do antigo ministro que afirma ter informado Azeredo Lopes.
Segundo o JN, quando questionado sobre se achava que tinha sido enganado pelo ex-ministro, António Costa respondeu “acho que não”.
Depois de negar por várias vezes qualquer conhecimento sobre o caso de Tancos, António Costa recusou tecer mais comentários sobre a matéria em investigação.
“A única coisa que desejo é que as autoridades judiciárias competentes concluam tão depressa quanto possível esta investigação” e que detenham e responsabilizem “os ladrões e eventuais cúmplices”, afirmou o primeiro-ministro.
Fonte: ZAP