As cidades do mundo desperdiçam uma grande quantidade de eletricidade – e dinheiro – ao deixar ligadas luzes brilhantes durante a noite toda. Porém, os candeeiros de rua não são os maiores culpados.
Uma experiência de 10 dias em Tucson, no estado norte-americano do Arizona rastreou os culpados usando imagens de satélite da cidade, de acordo com a BBC.
Depois de diminuir a iluminação das ruas durante a noite, uma equipa de investigadores do Arizona, Alemanha e Irlanda descobriu uma grande quantidade de energia desperdiçada que está a preudicar o meio ambiente e a deixar os ecossistemas fora de controlo.
Segundo este estudo, as luzes da rua não são realmente o problema. De acordo com a investigação, que foi publicada esta semana na revista científica Lighting Research & Technology, outdoors, estádios e estacionamentos estão a desperdiçar toneladas de energia – totalizando mais de 2,5 mil milhões de euros anualmente nos Estados Unidos – com iluminação excessiva e mal gerida
As luzes bloqueiam as estrelas, contribuem para as mudanças climáticas e até desviam os animais em migração do seu curso.
“Nós desperdiçamos recursos enormes com a luz que vai para o Espaço e não faz bem a ninguém”, disse o astrónomo Kelsey Johnson, da Universidade da Virgínia, que não trabalhou no projeto, à BBC.
Como as empresas privadas, em vez da iluminação pública municipal, causam a maior parte da poluição luminosa, resolver o problema exigiria ampla cooperação. E, se um acordo fosse alcançado, resolver o problema seria tão simples como escurecer, direcionar melhor ou colocar escudos sobre as luzes.
“Muitas pessoas falam sobre emergência climática, mas nunca falam sobre poluição luminosa”, disse Christopher Kyba, autor do estudo e físico do Centro Alemão de Pesquisa de Geociências, à BBC. “Mas é uma parte importante. E à noite, quando a maioria de nós está a dormir, toda essa eletricidade pode fazer outras coisas – carregar veículos elétricos, por exemplo. É o tipo de coisa que pode ser feita com um pouco de inteligência e vontade de entrar em ação.”