Manuel de Almeida / Lusa
Investigadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, calcularam a probabilidade de contrair covid-19 ao viajar numa carruagem de comboio com uma pessoa infetada.
Em colaboração com a Academia Chinesa de Ciências, a Academia Chinesa de Eletrónica e Tecnologia da Informação e o Centro Chinês para Controlo e Prevenção de Doenças, os cientistas tiveram como base as rotas de alta velocidade da China. O estudo foi publicado, em julho, na revista científica Clinical Infectious Diseases.
Os resultados da investigação revelaram que, para passageiros sentados a três filas e cinco colunas de uma pessoa infetada, entre 0 e 10,3% contraíram covid-19. De acordo com o Diário de Notícias, neste caso, a taxa média de infeção foi de 0,32%.
Como seria de esperar, os passageiros que viajem em assentos diretamente adjacentes a uma pessoa infetada registaram a maior taxa média de infeção (3,5%). Para os passageiros sentados na mesma fila, a taxa foi de 1,5%.
A cada hora que passava em que se viajava com um passageiro infetado com o novo coronavírus, a taxa de incidência de cada assento aumentava 0,15%. Para quem ocupava assentos adjacentes, o aumento registado era maior (1,3% p/hora).
Surpreendentemente, apenas 0,075% das pessoas que usavam um assento anteriormente ocupado por um infetado contraíram a doença.
“O nosso estudo mostra que, embora haja um risco maior de transmissão covid-19 nos comboios, a localização do assento de uma pessoa e o tempo de viagem com uma pessoa infetada podem fazer uma grande diferença na transmissão. Os resultados sugerem que durante a pandemia é importante reduzir a densidade de passageiros e promover medidas de higiene pessoal, o uso de máscaras faciais e, possivelmente, realizar verificações de temperatura antes do embarque”, explicou o autor principal do estudo, Shengjie Lai.
Assim, os cientistas recomendam uma distância de segurança de mais de um metro para uma hora de viagem juntos. Numa viagem de duas horas, é sugerida uma distância superior a 2,5 metros.