Uma equipa de arqueólogos confirmou a existência de uma câmara e de um túnel secreto em baixo da Pirâmide da Lua, localizada no complexo arqueológico de Teotihuacán, a 50 quilómetros da Cidade do México.
A descoberta, anunciada nesta quarta-feira pelo Instituto Mexicano de Antropologia e História (INAH), sugere que o espaço terá sido usado para rituais. De acordo com os cientistas, a câmara subterrânea está localizada a oito metros abaixo da pirâmide e tem 15 metros de diâmetro, sendo ainda ligada a um túnel que termina no sul da Praça da Lua.
Segundo a diretora do projeto de conservação da Praça da Lua, Verónica Ortega, a equipa que localizou a câmara está agora a investigar se o espaço ritual estaria ligado ao “submundo”, dando sacralidade à antiga cidade.
“Estes grandes complexos de oferendas constituem o núcleo sagrado de Teotihuacan”.
Ortega explicou que o material que será encontrado nesta câmara poderá a ajudar a desvendar as relações desta antiga metrópole com outras da Mesoamérica – região cultural que se estendeu desde de o centro do México até a Costa Rica.
Além do túnel na Praça da Lua, os arqueólogos acreditam que haja uma outra entrada para a câmara localizada no lado leste. Esta descoberta confirmaria que a civilização de Teotihuacan reproduziu os mesmos padrões de túneis nos seus grandes monumentos.
Estudos e investigações anteriores já davam conta da existência desta câmara contudo, a sua confirmação só foi possível depois desta pesquisa que foi levada a cabo pelo INAH em colaboração com o Instituto de Geofísica da Universidade Nacional Autónoma do México.
A civilização de Teotihuacan surgiu mil anos antes dos astecas e viveu entre 100 a.C. e 650 d.C. Esta cidade é considerada a sede da civilização clássica no Vale do México. Na primeira metade do milénio d.C., chegou a ter 160 mil habitantes, tornando-a maior metrópole da América pré-hispânica.
Os costumes e tradições da cidade, que contavam, por exemplo, já com sistemas de canalização de água, influenciaram outros povos da região, como os maias, que habitavam montanhas situadas a mil quilómetros de Teotihuacan.