Uma equipa internacional de cientistas conseguiu desenvolver uma solução inovadora para o vírus do VIH: arroz geneticamente modificado.
O arroz transgénico já havia sido desenvolvido para combater a desnutrição e as mudanças climáticas. Agora, cientistas dos Estados Unidos, Reino Unido e Espanha desenvolveram uma nova variedade para controlar os sintomas do vírus do VIH em países onde os medicamentos tradicionais podem ser muito difíceis de obter.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), no ano passado havia cerca de 36.900.000 pessoas infetadas com o vírus, 25.700.000 das quais em África.
Atualmente, estão em desenvolvimentos soluções muito interessantes para prevenir e controlar o vírus VIH, como vacinas experimentais ou implantes vaginais. Para já, os profissionais de saúde confiam em dois métodos para controlar a propagação do vírus: .
Normalmente, os pacientes com HIV são medicados com um tipo de medicamento anti-retroviral que impede que o vírus se propague dentro do corpo, para, essencialmente, adiar o início da doença. Se tratado adequadamente, o vírus pode ser controlado e os pacientes podem ter uma vida longa e saudável.
No entanto, nem toda a gente tem acesso a este tipo de medicamentos. Desta forma, os cientistas afirmam que o arroz transgénico é a opção viável que oferece uma solução efetiva e acessível para os pacientes, principalmente nos países em vias de desenvolvimento.
No fundo, as sementes de arroz transgénico produzem três proteínas – o anticorpo monoclonal 2G12 e as lectinas griffithsin e cyanovirin-N – cujos testes preliminares in vitro revelaram uma ligação à gp120 – a glicoproteína que permite que o vírus atinja as células – neutralizando o VIH.
Segundo a equipa, estas sementes podem ser moídas de modo a criar uma pasta que pode ser aplicada como creme tópico, que contrabalança o vírus da mesma maneira que o medicamento anti-retroviral.
Este tratamento torna-se surpreendentemente acessível para aqueles que necessitariam de viajar para poderem ser consultados numa clínica, na medida em que quando as plantações estão totalmente cultivadas, as sementes podem ser produzidas no próprio local por quase nenhum custo.
Há, porém, alguns entraves que os cientistas terão ainda de resolver antes que este tipo de arroz se torne numa solução viável. Os especialistas terão de provar que não existem efeitos colaterais prejudiciais e, além disso, terão de cumprir as várias restrições no que diz respeito à regulação em vigor nos países que desejam alcançar.
Ainda assim, os resultados são, até agora, muito promissores.