O grupo de cientistas do projeto internacional SALSA conseguiu alcançar o misterioso lago Mercer, que fica sob o gelo da Antártida à profundidade de mais de um quilómetro.
A equipa de cerca de 50 cientistas, perfuradores e staff encontraram o lago na noite de dia 26 de dezembro. Embora grande parte da análise inicial das amostras seja feita no local, os dados recolhidos manterão os cientistas ocupados nos próximos anos.
Segundo declaram os especialistas, o estudo do lago subglacial, que é um dos 400 encontrados na Antártida, dará a possibilidade rara de investigar a química e biologia de um dos ecossistemas mais isolados do planeta.
Os cientistas conseguiram encontrar o lago usando perfuração com alta pressão e água quente. Atualmente os especialistas preparam os aparelhos para estudar de modo mais detalhado a estrutura da água e para fazer uma gravação de vídeo no lago.
As investigações detalhadas podem demorar anos. No entanto, os cientistas admitem que podem ser encontradas formas de vida que “não viram o sol durante séculos”.
“Não sabemos o que vamos encontrar. Estamos apenas a aprender, trata-se apenas da segunda vez em que algo semelhante foi feito”, declarou John Priscu, cientista da Universidade de Montana e o principal investigador do SALSA (Acesso Científico aos Lagos Subglaciais Antárticos).
O único outro lago subglacial que os humanos perfuraram – o lago Whillans, em 2013 – demonstrou que estes ambientes extremos podem ser palco de diversas formas de vida microbiana.
De acordo com Priscu, a exploração do lago Mercer pode ajudar os cientistas a preencher uma lacuna importante no entendimento da história da Antártida e determinar se este lago já foi, como o lago Whillians, um ambiente marinho.
Recentemente, o grupo internacional de investigadores encontrou na Antártida oriental uma grande fonte de radiação geotérmica que pode ser a causa do derretimento dos mantos de gelo.