CIM do Tâmega e Sousa, 18 de março de 2024
A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa participou na primeira visita de estudo
realizada no âmbito do PAISACTIVO – Paisagens corta-fogos: ativação do espaço rural para um
território resiliente, um projeto europeu na área da gestão sustentável do território e redução do
risco de incêndios. A visita, que decorreu na passada sexta-feira, dia 15, na província de Álava, País
Basco, Espanha, foi organizada pela Universidade de Santiago de Compostela, um dos oito
parceiros do projeto. A representar a CIM do Tâmega e Sousa esteve o Primeiro-Secretário do
Secretariado Executivo Intermunicipal, Telmo Pinto, e a Chefe da Equipa Multidisciplinar de
Políticas Públicas Intermunicipais, Ester Moreira da Silva.
O programa da visita incluiu dois projetos de referência implementados por entidades públicas e
privadas daquela província espanhola ao nível de gestão ativa do espaço rural: o Kuartango Lab e o
Valle Salado de Añana [Vale Salgado de Añana].
Instalado num antigo balneário termal, o Kuartango Lab é, desde 2021, um centro de inovação e
empreendedorismo. O projeto é o resultado da reabilitação e adaptação de um edifício termal com
5000 m 2 numa incubadora de empresas, espaço de coworking e de reuniões, salas polivalentes e
coliving, entre outros serviços.
O Valle Salado de Añana é um dos mais importantes complexos culturais, arquitetónicos, ambientais,
paisagísticos e arqueológicos do mundo. Aqui está instalada uma das fábricas de sal mais antigas do
mundo, onde se extrai sal há sete mil anos, numa superfície de mais de 111 mil m 2 . A revitalização da
exploração salícola começou no final dos anos 90 do século passado com a criação da Fundación
Valle Salado, que transformou este espaço num motor de dinamização económica do território. A
par da produção de sal, considerado por especialistas internacionais como um dos melhores sais do
mundo e que tem como embaixadores alguns chefs estrela Michelin espanhóis, a fundação apostou
na recuperação de todo o ecossistema para fins culturais e turísticos, oferecendo visitas, experiências
e spa aos visitantes, bem como projetos educativos e de investigação.
Além de casos de sucesso no tecido económico e social da província de Álava, estes dois exemplos
revestem-se de interesse para outras regiões do Norte de Portugal e da Galiza, nomeadamente para
a região do Douro, Tâmega e Sousa, pelo seu potencial de replicabilidade no nosso território.
A próxima visita de estudo do projeto está agendada para o próximo mês abril, ao município de
Ostana, situado na província italiana do Piemonte.
O projeto PAISACTIVO – Paisagens corta-fogos: ativação do espaço rural para um território
resiliente
Com um investimento superior a 1,5 milhões de euros, cofinanciado pelo POCTEC – Programa
Operacional de Cooperação Transfronteiriça entre Espanha e Portugal, o projeto visa aumentar a
resiliência do território face ao risco de incêndio, valorizando e melhorando a gestão sustentável das
terras agroflorestais, bem como proteger e dinamizar os aglomerados rurais e promover a sua
sustentabilidade.
De referir que a zona de intervenção do projeto – Galiza e Norte de Portugal – enfrenta um
abandono progressivo do espaço rural, que aumenta a sua vulnerabilidade aos grandes incêndios
florestais e cria um risco crescente para as aglomerações humanas, nomeadamente as aldeias.
Para a concretização dos seus objetivos o projeto incluirá um diagnóstico das boas práticas de gestão
ativa das zonas rurais e ações de capacitação para a dinamização e gestão resiliente das zonas rurais.
Será ainda definido um novo modelo de intervenção nas zonas rurais que inclua a governação
multinível, necessária para envolver todos os intervenientes-chave no processo de recuperação e
gestão ativa do território, maximizando as sinergias sociais, produtivas e ambientais entre as aldeias
e a sua envolvente.
Entre outras ações, serão implementados dois projeto-piloto em aldeias. Do lado português,
Almofrela, no concelho de Baião, será a aldeia-piloto, enquanto a aldeia galega de Infesta, no
concelho de Monterrei, será a representante do lado espanhol.
Após o lançamento seguiu-se uma reunião de parceiros, na qual foi apresentado o plano de trabalhos
a implementar durante os próximos três anos – até outubro de 2026 –, com o objetivo de promover
a gestão sustentável do território e redução dos riscos de incêndios, uma das áreas de intervenção da
CIM do Tâmega e Sousa.
O projeto PAISACTIVO é coordenado pela Agência Galega de Desenvolvimento Rural e os parceiros
galegos são a Universidade de Santiago de Compostela, a Fundação Juana de Vega e o Município de
Monterrei. Da parte de Portugal participam a CIM do Tâmega e Sousa, o Município de Baião, o
Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da Universidade de Porto e a
Direção-Geral do Território.