A comunidade de Castelo de Paiva enfrenta uma dura realidade: o número de casos reportados de xenofobia, racismo e bullying atingiu um recorde histórico nos últimos três anos. Segundo informações confirmadas pelo Comando da GNR local, quatro processos foram abertos recentemente, marcando um aumento significativo de denúncias deste tipo. No entanto, as autoridades alertam que muitos casos ainda passam despercebidos devido à falta de queixas formais, especialmente por parte das escolas.
O comandante da GNR de Castelo de Paiva, Gilberto Monteiro, destacou a gravidade da situação:
“Em três anos, é a primeira vez que registamos tantos casos. Há também muitos casos de bullying, ainda mais do que os de racismo e xenofobia. É essencial que as pessoas venham prestar queixa, incluindo dentro das escolas. Tudo começa dentro da escola.”
A falta de envolvimento das instituições de ensino é apontada como um obstáculo no combate a este tipo de comportamento, reforçando a necessidade de uma intervenção mais eficaz e proativa.
Liderança local reage com indignação
Almiro Moreira, Presidente da Assembleia Municipal de Castelo de Paiva, condenou os atos de discriminação e apelou à valorização da diversidade como base para a convivência social.
“Enquanto Presidente da Assembleia Municipal, pai e, acima de tudo, cidadão, condeno veementemente qualquer ato de violência, discriminação ou humilhação, como o ocorrido recentemente na nossa comunidade escolar, que reflete comportamentos de xenofobia, racismo e bullying absolutamente inaceitáveis. Acredito que este seja um caso isolado e confio que não reflete a nossa sociedade amiga e acolhedora. Este tipo de ocorrência reforça a necessidade de uma forte aposta na educação e na formação cívica nas escolas, promovendo o respeito mútuo, a empatia e a valorização da diversidade como pilares fundamentais para a convivência em sociedade.”
O Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, por sua vez, enfatizou o compromisso da comunidade local com valores de inclusão e harmonia.
“Venho manifestar o meu mais profundo repúdio a qualquer forma de racismo, discriminação e bullying, especialmente entre os mais jovens. Todas as crianças e jovens devem ser respeitados e valorizados. Acredito firmemente que a comunidade paivense não se revê nesses atos condenáveis, pois somos um povo que preza pela solidariedade, pelo respeito mútuo e pela convivência harmoniosa. Apelo a todos para que continuemos a trabalhar juntos, promovendo uma cultura de tolerância, inclusão e dignidade para todos, construindo um futuro mais justo e igualitário.”
Um alerta para ação imediata
O aumento dos casos expõe a necessidade urgente de medidas concretas para enfrentar o problema nas escolas e na sociedade como um todo. Autoridades, educadores e pais são chamados a unir esforços para erradicar comportamentos discriminatórios e promover uma cultura de respeito e inclusão.
Enquanto a comunidade reflete sobre os desafios enfrentados, fica o apelo para que as vítimas e testemunhas denunciem e para que as instituições de ensino assumam um papel mais ativo na prevenção e resolução destes casos. Como sublinhou o comandante Monteiro, “tudo começa dentro da escola”.
A luta contra o racismo, a xenofobia e o bullying em Castelo de Paiva é agora uma questão prioritária, exigindo um esforço coletivo para garantir um futuro mais inclusivo e justo para todos.