O “consecutivo” encerramento do serviço de urgência de cirurgia geral do Hospital Infante D.
Pedro e o encerramento da urgência básica do Hospital de Águeda preocupam os deputados do
PSD eleitos pelo círculo de Aveiro, que acabam de dirigir uma pergunta ao Ministério da Saúde,
na qual são exigidas respostas para os constrangimentos sentidos. No texto que suporta a
iniciativa parlamentar, é sublinhado que a distância para as unidades mais próximas pode
revelar-se fatal para os doentes urgentes.
“Não é a primeira vez que estas unidades hospitalares encerram a cirurgia geral por falta de
médicos para completar escalas” – lê-se na pergunta redigida pela deputada Helga Correia e
subscrita pelos demais deputados do PSD eleitos por Aveiro, notando que a adesão dos
médicos ao movimento que prescinde de realizar horas extraordinárias para além das 150
obrigatórias está a provocar “constrangimentos assinaláveis” no serviço de urgência de cirurgia
geral do Centro Hospitalar do Baixo Vouga. As escalas médicas levaram, inclusivamente, ao
encerramento entre as 20h00 do dia 17 de outubro e as 08h00 do dia seguinte, depois de no fim
de semana anterior ter ocorrido situação idêntica.
Os deputados do PSD citam comunicado do Conselho de Administração, através do qual era
informando que houvera um aviso atempado ao CODU/INEM, das corporações de bombeiros, e
dos hospitais mais próximos e no qual era aconselhado que “durante estes períodos [de
encerramento], os utentes deverão dirigir-se às unidades hospitalares mais próximas”, para
recordar que os hospitais mais próximos do “Infante D. Pedro”, na sede do distrito, são os de
Santa Maria da Feira e de Coimbra, que distam 50 e 60 quilómetros, respetivamente.
“Facto é que a informação da administração da referida unidade hospitalar às diversas entidades
envolvidas não encurta o tempo que consome o transporte de um doente para percorrer as
distâncias a que agora são obrigados” – lamentam os parlamentares social democratas,
recordando que os constrangimentos nas escalas não se limitam à urgência de cirurgia geral,
dado que têm afetado, igualmente, os serviços de pediatria, com redução permanente de um
pediatra de serviço, e de ginecologia e obstetrícia, com constrangimentos aos fins-de-semana,
em particular nos períodos noturnos, sendo que o nível 3 de contingência prevê o encerramento
desta especialidade.
Nas contas dos deputados, “no que toca à urgência de cirurgia geral, em mais de metade do
mês de outubro a escala contou com apenas dois cirurgiões no período diurno, para além dos já
referidos encerramentos no período noturno”, sendo que, no que diz respeito ao encerramento
da urgência básica do hospital de Águeda, o PSD diz não poder “deixar de assinalar o esforço”
da autarquia local “na requalificação da urgência que permite mais e melhores cuidados à
população, contudo e apesar do esforço do poder local os Aguedenses vêem-se privados das
urgências por falta de profissionais de saúde”.
Na pergunta agora dirigida, os deputados do PSD/Aveiro questionam o ministro da Saúde sobre
se tem conhecimento dos constrangimentos no Centro Hospitalar do Baixo Vouga,
nomeadamente nos hospitais de Aveiro e de Águeda, por falta de recursos humanos e que
soluções estão a ser pensadas para garantir que não haja novos encerramentos das urgências.
No mesmo documento, pergunta-se se está prevista a contratação de mais recursos médicos
para estas unidades hospitalares e, no caso afirmativo, quando e qual o plano de contratação
previsto para ambas.
Aveiro, 24 de outubro de 2023
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