A região regista um aumento significativo de casos de infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), alertando para o risco de uma possível epidemia caso não sejam tomadas medidas preventivas eficazes. Segundo o CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito, este cenário coloca em maior risco os bebés, crianças pequenas e idosos, especialmente aqueles com condições de saúde pré-existentes.
O VSR é uma das principais causas de infeções respiratórias em bebés, podendo evoluir para bronquiolite ou pneumonia. Nos idosos, o vírus é igualmente perigoso, aumentando a probabilidade de complicações graves, como insuficiência respiratória.
O que é o VSR e como se transmite?
O VSR é um vírus sazonal altamente contagioso, que circula predominantemente nos meses mais frios. Transmite-se através de:
• Gotículas respiratórias (tosse, espirros);
• Contacto directo com secreções infectadas;
• Superfícies contaminadas, onde o vírus pode sobreviver por várias horas.
Segundo o CPAH, o aumento do número de casos na região reflecte uma disseminação acelerada, associada a ambientes fechados e aglomerações, típicos desta época do ano.
Cuidados para evitar uma epidemia
Para prevenir a propagação do VSR e evitar uma situação de crise, os especialistas recomendam as seguintes medidas:
Para bebés e crianças pequenas
1. Higiene rigorosa: Lave frequentemente as mãos do bebé e evite tocar nos olhos, boca ou nariz sem higienização prévia.
2. Desinfecção de objectos: Brinquedos, chupetas e outros utensílios devem ser limpos regularmente.
3. Evitar multidões: Proteja os bebés de locais com aglomerações, especialmente em creches e transportes públicos.
4. Amamentação: Se possível, mantenha o aleitamento materno, que fortalece a imunidade.
Para idosos
1. Evitar contacto com pessoas doentes: Mantenha os idosos afastados de familiares com sintomas respiratórios.
2. Vacinas: Verifique as indicações médicas e se há acesso a vacinas específicas contra o VSR.
3. Manter ambientes ventilados: Mesmo no frio, evite espaços completamente fechados, onde o vírus se propaga mais facilmente.
4. Higiene das mãos: Lavar as mãos frequentemente com água e sabão é essencial.
Riscos de uma epidemia sem prevenção
Sem medidas eficazes, o CPAH alerta para o risco de sobrecarga dos serviços de saúde, particularmente em unidades de cuidados intensivos pediátricos e geriátricos.
“Uma epidemia de VSR pode ter consequências graves, especialmente em grupos vulneráveis como bebés e idosos. A prevenção é a chave para controlar o aumento de casos e evitar complicações de saúde graves”, destaca o relatório do CPAH.
Além de problemas respiratórios, o vírus pode levar a complicações secundárias, como infeções bacterianas, aumento de hospitalizações e, em casos mais graves, morte.
O papel das vacinas no combate ao VSR
O CPAH reforça a importância das novas vacinas disponíveis para grupos específicos:
• Vacinas para grávidas, que permitem a transferência de anticorpos para os recém-nascidos;
• Vacinas para idosos acima de 60 anos, recentemente aprovadas;
• Anticorpo monoclonal nirsevimabe, indicado para bebés, oferecendo proteção adicional durante o período de maior incidência do vírus.
Embora não sejam ainda amplamente aplicadas em toda a população, estas imunizações são ferramentas fundamentais para reduzir hospitalizações e complicações graves.
Conclusão
Com o aumento dos casos de VSR na região, a prevenção deve ser tratada como prioridade. Cuidados básicos, como higiene, isolamento de pessoas sintomáticas e desinfecção de superfícies, podem reduzir significativamente o risco de propagação. O CPAH alerta que, sem um esforço colectivo, a situação pode evoluir para uma epidemia, com impacto grave na saúde pública.
A comunidade científica e os serviços de saúde recomendam atenção redobrada, especialmente em lares com crianças pequenas e idosos, que permanecem como os grupos mais vulneráveis a este vírus sazonal.
Fonte: CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito