Entre 1 a 10 de novembro, o concelho de Vouzela torna-se palco da Esquina Noroeste, uma residência artística que acolhe quatro coletivos ibéricos, que têm em comum a partilha de vínculos territoriais. Arte sonora, dança, música, performance, poesia, vídeo e outras expressões vão habitar o espaço Lafões.Cult.Lab. Em conjunto representam uma ideia de “ser-em-comum”, num “manifesto em defesa da cultura contemporânea em contexto rural”.
A sua origem encaixa no território noroeste da Península Ibérica, mais especificamente entre Portugal a norte do rio Mondego, a Galiza, Astúrias e Leão. As manifestações artísticas que se agregam em torno desta unidade territorial, vão coexistir no mês de novembro, em parceria com o Município de Vouzela . Binaural Nodar (Portugal), Oficina Galega de Outros Asuntos do Movemento (Galiza), La Xata la Rifa (Astúrias) e Somospeces (Léon) são quatro coletivos que trilham um caminho cúmplice.
COLETIVOS ARTÍSTICOS
Binaural Nodar é uma associação cultural portuguesa, com atuação em regiões rurais do norte e centro de Portugal. Desenvolve programação cultural em municípios de Viseu Dão Lafões e gere um arquivo digital rural com mais de um milhar de documentos sonoros e vídeo. Desde 2006 acolhe ainda um programa de residências artísticas. Atua em áreas tão diversas como arte sonora, criação multimédia e documentação etnográfica audiovisual.
Oriundo do nordeste da Galiza, a Oficina Galega de Outros Asuntos do Movemento, é um coletivo dirigido a duas mãos. Pela performer, poetisa e produtora cultural – Marina Oural – e, pela cantora, compositora, escritora e psicóloga – Ugia Pedreira. Em conjunto com outras entidades, acionam contextos de arte e saúde em áreas rurais, como o desenvolvimento de criações artísticas, com temáticas locais e contemporâneas, oficinas-ensaios, conversas criativas e outros formatos.
La Xata la Rifa apresenta-se como um laboratório cénico asturiano, coordenado pela coreógrafa Mónica Confiño, que investiga formas de apresentação, apela a novos circuitos e tempos artísticos e procura questionar o olhar do espetador. Alguns dos seus espetáculos viajaram um pouco por todo o mundo, da Costa Rica, a Cuba, passando pelos Estados Unidos e França. Criou ainda a Plataforma para Artistas Flutuantes.
Originário da província espanhola de Léon, Somospeces trata-se de um coletivo que atua na área das artes performativas e, que coloca em articulação atores, criadores, pedagogos, pensadores e performers. Fundado por Alfredo Escapa e Marta Alaiz, dois atores clássicos, influenciados pelos estudos no Centro Coreográfico de Léon e depois nos trabalhos com Nilo Gallego e Oskar Goméz Mata, atuam hoje em dia sobre diferentes áreas. Entre elas, a pesquisa sobre relações públicas, ação e empoderamento e que depois traduzem em diferentes formatos, desde conferência, ateliers comunitários, espetáculos, leituras partilhadas, acolhimento artístico, entre outros.