Depois de os EUA terem colocado a gigante chinesa de telecomunicações Huawei na lista negra do país, Trump pondera agora incluir mais empresas chinesas.
A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China agrava-se e prolonga-se. Depois de Trump ter cortado relações com a Huawei, o presidente americano pondera alargar a lista negra do país a mais empresas chinesas. A notícia foi avançada, esta quarta-feira, pela Bloomberg.
O foco de Trump está nas empresas chinesas de videovigilância, líderes mundiais de mercado, que ao integrarem a lista negra do país, ficarão impedidas de adquirir tecnologia produzida nos Estados Unidos. Em casos particulares, será necessária uma licença especial para as empresas americanas venderem-lhes produtos, explica o Jornal de Negócios.
Ao todo serão cerca de cinco empresas visadas, entre as quais a Hangzhou Hikvision Digital Technology e a Zheijang Dahua Technology. As outras três empresas não foram identificadas por nenhuma das fontes.
No entanto, esta medida não está a ser bem recebida pelos especialistas. “As relações duradouras entre as redes de fornecedores e os ecossistemas globais vão desmoronar”, disse Alex Capri, investigador da Escola de Negócios da Universidade Nacional da Singapura e ex-funcionário da alfândega dos EUA.
“Os mercados vão fragmentar-se e haverá uma dissociação da China e dos EUA em duas cadeias distintas de fornecimento de tecnologia”, acrescentou o especialista.
Para justificar a inclusão da Hangzhou Hikvision na lista negra norte-americana, Trump afastou-se das razões económicas e explicou que se prende com o papel da empresa chinesa na perseguição da minoria muçulmana Uighur na China.
Ainda no mês passado, um artigo do The Guardian, dava conta da utilização da tecnologia da empresa pelo Estado chinês. “A empresa Hikvision anunciou ferramentas que poderiam automatizar a identificação facial de Uighur baseadas em fenótipos fisiológicos”, pode ler-se no artigo.
A ameaça do uso desta tecnologia para espionagem é também uma das preocupações da administração de Donald Trump. Em resposta a estas medidas, Pequim está já a responder, obrigando empresas americanas com atividade na China a cortar planos de investimento ou a transferirem atividade para outros territórios.
Fonte: ZAP