A pior parte da tempestade pode já ter passado, mas ainda há mais tempestade a caminho. Os efeitos da depressão Elsa ainda serão sentidos hoje, sexta-feira e amanhã no sábado, quando chega uma nova depressão, o Fabien, que trará, segundo o modelo de previsão europeu, mais períodos de chuva intensa e fortes rajadas de vento.
Foram registadas 6.237 ocorrências desde quarta-feira em todo o país, segundo o comandante Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), como quedas de árvores, movimentos de terras, inundações e quedas de estruturas.
Os distritos do Porto e Viseu foram os mais afetados pelo temporal provocado pela passagem da depressão Elsa. Concelhos como Penafiel, Marco de Canaveses, Castelo de Paiva, Cinfães e Castro Daire apresentaram diversos problemas com interrupção do abastecimento de energia elétrica, alguns ainda não resolvidos.
Em Nespereira, concelho de Cinfães, moradores relataram que ficaram sem luz até a manhã de hoje, sexta feira. Em Bairros, no concelho de Castelo de Paiva a situação foi semelhante. Em Penafiel, nas freguesias de Boelhe, Rans e Irivo moradores relataram ficar por horas sem luz. Os estragos causados pela depressão Elsa na rede elétrica da EDP Distribuição deixaram pelo menos 157 linhas de alta e média tensão fora de serviço, informou a empresa.
No Norte do país registaram-se centenas de ocorrências. Uma árvore caiu sobre duas habitações em Santo Tirso, fazendo sete desalojados, e a queda de outra árvore causou a avaria de uma catenária e a interrupção na circulação do metro do Porto, em Gondomar. Aliás, pelos mesmos motivos, houve limitações na circulação da linha Norte.
Em Castelo de Paiva, após o mau tempo, o caudal do Rio Arda subiu e cobriu a estrada junto ao rio e preocupou habitantes das zonas ribeirinhas.
Para além das quedas de árvores, foram vários os telhados levados pelo vento e muitos dos rios a transbordar com o imenso volume de chuvas. O Tâmega, que galgou as duas margens na localidade de Chaves. Habitações e zonas comerciais ficaram inundadas. Outros cinco rios da região transbordaram: a bacia do Lima, do Douro, do Paiva, do Pinhão e do Tua.
O rio Douro galgou as margens no Pinhão, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, e entrou em quatro bares da zona ribeirinha, disse à agência Lusa o comandante dos bombeiros voluntários. Carlos Pereira referiu que o “rio transbordou as margens e, pelo menos, quatro bares já estão com água”.
O rio Douro galgou, esta sexta-feira, as margens e inundou zonas ribeirinhas de Vila Nova de Gaia e do Porto, segundo fonte dos Bombeiros e da Polícia Marítima. Uma subida excessiva do nível da água” do rio Douro, que está alagar “zonas pedonais” do Porto e Gaia, desde as 5h30
Em Castro Daire, distrito de Viseu, houve o desabamento de uma casa esta quinta-feira em Codeçais, que provocou a morte a um homem que estava no interior da habitação. Há ainda no mesmo concelho o condutor de uma retroescavadora que está desaparecido e foi visto pela última vez no local onde ocorreu um aluimento de terras cerca das 21h30 de quinta-feira.
Em Arouca, no lugar de Espiunca, o Rio Paiva subiu a níveis alarmantes e inundou comércios locais, trazendo consigo prejuízos e encerrando a EN225.
Na Maia, distrito do Porto, dezenas de automóveis ficaram debaixo d’água próximo à estação de metro Parque Maia pelas 19h de quinta feira.