Um antropólogo da Universidade de Washington descobriu “uma abundância de anomalias de desenvolvimentos” em ossadas humanas do Pleistoceno.
No estudo publicado a 5 de novembro na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, Erik Trinkaus, investigador que liderou o projeto, descreveu as suas conclusões acerca dos fósseis encontrados em várias localizações do Médio Oriente e da Euroásia.
Plistoceno abrange o período entre 2,588 milhões e 11,7 mil anos atrás. Segundo estudos anteriores, trata-se do período em que seres humanos anatomicamente modernos surgiram em África e partiram do continente para dominar novos territórios.
De acordo com o antropólogo, o Plistoceno destaca-se ainda pelo aparecimento de uma ampla variedade de deformações físicas em espécies de Homo, dentre elas a nossa — Homo sapiens.
Erik Trinkaus examinou 66 fósseis de até 200 mil anos atrás e reparou na grande quantidade de alterações anatómicas, tais como distorções de braços e pernas e deformações no crânio e maxilares.
Foram reveladas 75 anomalias, podendo dois terços delas ser encontrados em 1% dos humanos modernos. O investigador defende que as anormalidades surgiram devido a doenças – tais como distúrbios sanguíneos ou hidrocefalia. Para Trinkaus, o número de deformações seja extremamente alto num grupo tão pequeno de fósseis.
O antropólogo sugeriu ainda que o cruzamento sanguíneo ou acasalamento de indivíduos geneticamente semelhantes são as razões prováveis para o desenvolvimento das deformações.
As ossadas analisadas foram encontradas extremamente bem preservadas, o que pode ser resultado de um cuidado especial no funeral das pessoas deformadas.