Uma equipa de investigadores do Instituto Karolinska, na Suécia, descobriu um novo órgão sensorial na pele capaz de detetar estímulos mecânicos dolorosos, tal como picadas ou impactos.
A descoberta do Instituto Karolinska, uma das maiores e mais conceituadas faculdades de medicina da Europa, foi esta semana publicado na revista científica Science.
A dor causa sofrimento e quase uma pessoa em cada cinco tem dores com frequência, levando a uma busca constante de novos analgésicos, ainda que a dor tenha também uma função protetora, já que provoca reações reflexas que evitam danos nos tecidos (como afastar a mão perante o calor de uma chama).
Os investigadores do Karolinska descobriram agora um novo órgão sensorial na pele que é sensível à irritação ambiental perigosa, constituída por células da glia, também conhecidas como células Schwann (células não neuronais do sistema nervoso central) que em conjunto foram um órgão semelhante a uma malha dentro da pele.
Este órgão, cujas células se organizam em rede e que depois transmitem a informação ao cérebro, é sensível a danos físicos dolorosos, como picadas ou pressões.
O estudo descreve de que forma o novo órgão é sensível à dor, como é que se organiza e como é ativado, através de impulsos elétricos no sistema nervoso que resultam em reações reflexas e sensação de dor.
As células que compõem o órgão são muito sensíveis a estímulos mecânicos. Os investigadores fizeram experiências em que bloquearam esse órgão e houve uma diminuição da capacidade de sentir a dor provocada por causas físicas.
“O nosso estudo mostra que a sensibilidade à dor não acontece apenas nas fibras nervosas da pele, mas também neste órgão agora descoberto. A descoberta muda o nosso conhecimento sobre os mecanismos celulares de sensações físicas e pode ser importante na compreensão da dor crónica, disse Patrik Emfors, professor do Instituto Karolinska, citado em comunicado de impernsa.