A região do Douro, Tâmega e Sousa vai promover o Caminho de Torres, um dos quatro itinerários
jacobeus estruturados em Portugal e o único que atravessa este território, na Fairway – Fórum do
Caminho de Santiago. Esta é a segunda participação da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e
Sousa naquele que é o único fórum de profissionais do Caminho de Santiago, que decorre esta semana,
de 1 a 3 de novembro, no Palácio de Congressos e Exposições da Galiza, em Santiago de Compostela,
Espanha.
Esta participação constituirá, uma vez mais, uma oportunidade para promover o Caminho de Torres,
apresentado publicamente em 2021, junto de operadores, profissionais, instituições e destinos turísticos
ligados ao Caminho de Santiago. Além do espaço expositivo, a bienal vai contar com 40 convidados de
renome (hosted buyers) que operam no Caminho de Santiago a nível internacional, esperando-se que sejam
realizadas mais de 3500 reuniões de trabalho durante os três dias da bienal.
Sendo o Caminho Português de Santiago o segundo itinerário mais percorrido para chegar até ao apóstolo
Santiago, apenas superado pelo Caminho Francês, e integrando este a Lista Indicativa de Portugal ao
Património Mundial da UNESCO, a sua promoção visa contribuir para aumentar o número de visitantes nos
sítios e atrações culturais ou naturais associados ao Caminho de Torres, bem como para valorizar a
identidade cultural das regiões abrangidas.
À semelhança da edição anterior, realizada em 2021, a participação do Douro, Tâmega e Sousa na Fairway
2023 será articulada com a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, que , no futuro,
assumirá a gestão do Caminho de Torres.
Recorde-se que a CIM do Tâmega e Sousa, em parceria com mais quatro CIM – CIM do Alto Minho, Ave,
Cávado e Douro –, viu aprovado, em 2017, um projeto para a valorização cultural e turística do Caminho de
Santiago – Caminho de Torres, que representou um investimento de cerca de um milhão de euros,
cofinanciado por fundos europeus.
Atualmente, está em curso o processo de certificação do Caminho de Torres enquanto itinerário do
Caminho de Santiago. A obtenção desta certificação significa o reconhecimento do cumprimento de um
conjunto de critérios que visam garantir, entre outros, a autenticidade do itinerário, o seu caráter
ininterrupto no território e no tempo, uma gestão responsável e de valorização da oferta, uma maior
segurança, conforto e melhor experiência do peregrino, promovendo-se também a ligação às comunidades
locais e a testemunhos de interesse.
O Caminho de Torres, que adota o nome do célebre peregrino Diego de Torres Villarroel (1694-1770), é um
dos quatro Caminhos de Santiago estruturados em Portugal (Caminho da Costa, Caminho do Interior,
Caminho Central, Caminho de Torres), atravessando 15 concelhos da Região Norte e três da Região Centro.
Na área geográfica da CIM do Tâmega e Sousa, o Caminho de Torres atravessa os concelhos de Baião,
Amarante e Felgueiras.
Mais de dois séculos e meio depois, Luís Quintales transformou o relato de Diego de Torres Villarroel num
Caminho de Santiago adaptado às necessidades das peregrinações jacobeias atuais. O Caminho de Torres,
que liga Salamanca a Santiago de Compostela, tem cerca de 600 quilómetros e foi estruturado em 24
etapas que podem ser percorridas em 24 dias de caminhada, numa excelente oportunidade para o
caminhante ultrapassar limites, enquanto mergulha na natureza, em plena introspeção.
A área de intervenção abrangeu 234 quilómetros, entre Ponte do Abade (Sernancelhe) e a ponte
internacional sobre o rio Minho (Valença do Minho), correspondente à extensão do território de influência
das cinco CIM parceiras, onde foi instalada sinalética padronizada de acordo com as normas internacionais
do Plano Jacobeu, áreas de descanso e painéis informativos ao longo do caminho. Previamente a estes
trabalhos, foram realizados o estudo e o diagnóstico do itinerário, no sentido de fundamentar a
autenticidade do traçado reconhecido por Luís Quintales, identificar oportunidades de qualificação
paisagística e patrimonial e avaliar necessidades de sinalética e intervenções de segurança para os
peregrinos.
No âmbito do projeto foram produzidos diversos materiais de informação sobre o Caminho de Torres,
desde guias, mapas, brochuras, um livro em português, inglês e castelhano, um website e uma aplicação
mobile, para além de um conjunto alargado de merchandising dirigido aos peregrinos, grupo-alvo de todo o
projeto e razão de existência deste caminho e do investimento público realizado.