Desde o início do ano, a Caixa Geral de Depósitos, por exemplo, já reduziu duas vezes o spread e acelerou os prazos de resposta. Já o Novo Banco reduziu o spread, igualando os valores mais baixos do mercado.
Em dezembro do ano passado, o Banco de Portugal lançou um alerta sobre a aceleração na concessão de crédito à habitação por parte dos bancos nacionais.
No Relatório de Estabilidade Financeira, o BdP assumia que “o atual contexto de baixas taxas de juro concorre com outros fatores para uma menor restritividade nos critérios de concessão de crédito, aumentando a probabilidade de financiamento de mutuários com menor capacidade de pagamento, em particular projetos cuja viabilidade poderá ser posta em causa num cenário de normalização das taxas de juro”.
Em fevereiro, o supervisor entendeu que havia mesmo razões para colocar um travão e avançou com um conjunto de recomendações, mas com entrada em vigor apenas a partir de julho.
Esta decisão fez com que alguns bancos nacionais acelerassem, nos últimos meses, a concessão de crédito às famílias antes da chegada dos novos limites recomendados pelo Banco de Portugal.
Desde o início do ano, a Caixa Geral de Depósitos, por exemplo, já reduziu duas vezes a margem que cobra aos clientes para emprestar dinheiro – o spread – e acelerou os prazos de resposta. Por sua vez, o Novo Banco reduziu o spread, igualando os valores mais baixos do mercado.
Este comportamento, face à previsível subida das taxas de juro, pode levar a que as famílias não tenham capacidade de suportar os empréstimos, escreve o Público, esta terça-feira.
Carlos Costa, governados do Banco de Portugal, reconheceu há poucos dias a preocupação com a situação atual, ao admitir que, caso os bancos não cumpram as várias recomendações, o passo seguinte “é uma injunção”, passando a ter carácter obrigatório.
Fonte: ZAP