A Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM do Tâmega e Sousa) está a trabalhar, desde 2020, no sentido de tornar o seu território numa bio-região e a criar condições para a sua integração na Rede Internacional das Bio-regiões, a IN.N.E.R. – International Network of Eco Regions, entidade responsável pelo processo de certificação das bio-regiões.
Nesse sentido, e a convite da IN.N.E.R., uma equipa técnica e membros do executivo dos municípios que integram a CIM do Tâmega e Sousa vão participar, na próxima semana, de 19 a 23, numa visita de benchmarking à bio-região de Cilento, que conta já com 18 anos de existência, tendo sido a primeira bio-região do mundo a ser formalmente constituída.
A visita contará com a participação de uma comitiva de mais de 40 pessoas, em representação de nove entidades nacionais: a Associação de Municípios do Baixo Sabor, a Bio-Região do Alto Tâmega, a Bio-Região de Idanha-a-Nova, a Bio-Região de São Pedro do Sul, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos, o Centro de Desenvolvimento e Inovação Sociocultural e Agroflorestal, a Trybio – Associação de Produtores e Consumidores de Agricultura Biológica, a Universidade da Madeira e a CIM do Tâmega e Sousa.
Uma bio-região é uma área geográfica onde agricultores e produtores biológicos, comunidade em geral, operadores turísticos, associações, instituições de ensino e poder local e intermunicipal estabelecem um acordo para a gestão sustentável dos recursos locais, partindo do modelo biológico de produção e consumo.
Numa bio-região a promoção dos produtos biológicos articula-se com a promoção do território, ou seja, os recursos naturais, culturais e produtivos do território estão ligados em rede e são reforçados por políticas locais orientadas para a valorização do ambiente, das tradições e dos conhecimentos locais.
Situada no Sul de Itália, a bio-região de Cilento, constituída em 2004, integra 41 municípios, abrangendo uma área de mais de 3.196 km2, onde residem cerca de 270 mil habitantes e existem mais de 1000 produtores biológicos, num total de cerca de 14 mil hectares de área agrícola biológica utilizada.
Pretende-se, assim, nesta visita conhecer boas práticas e casos de sucesso associados a este novo conceito de sustentabilidade territorial, de que a bio-região de Cilento é exemplo, constituindo, por isso, uma oportunidade única de perceber o modus operandi desta bio-região, que, pelas suas características, possui um elevado potencial de replicabilidade para a região do Douro, Tâmega e Sousa, bem como partilhar conhecimento e estreitar laços de cooperação.
Este conceito de sustentabilidade territorial que se pretende explorar nesta visita assenta, sobretudo, numa perspetiva de governança territorial inovadora, em que entidades públicas, associações, agricultores, empresários e turistas se envolvem na criação de uma espécie de laboratório cultural de ideias e iniciativas para o desenvolvimento territorial, baseado em práticas sustentáveis e amigas do ambiente.
Sobre a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa
A Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM do Tâmega e Sousa) é uma pessoa coletiva de direito público de natureza associativa e âmbito territorial e visa a realização de interesses comuns aos municípios que a integram. Da CIM do Tâmega e Sousa fazem parte os municípios de Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel e Resende.