A Europa arrisca sofrer uma nova bolha imobiliária, com Portugal incluído na zona vermelha de risco, alerta o Banco alemão de investimento Commerzbank que culpa as políticas do Banco Central Europeu (BCE) por este cenário.
“É apenas uma questão de tempo” até que volte a rebentar uma nova bolha imobiliária na Europa. A previsão é dos analistas do Commerzbank e está exposta num relatório citado pela CNBC e pelo Observador que manifesta preocupação com as políticas do BCE nas vésperas da reunião do conselho do Banco Central que está agendada para esta semana.
“Com vista a uma baixa inflação, algumas políticas são frequentemente passadas como um almoço grátis”, realça o Commerzbank, considerando que “a política de expansão monetária do BCE tem um custo que vem na forma de preços mais elevados nas casas”.
Com os preços do imobiliário a dispararem em alguns países, nomeadamente em Portugal, “a ameaça de uma bolha no preço das casas é uma possibilidade real“, aponta o Banco de Investimento alemão, criticando os juros baixos ou negativos que têm sido fomentados pelo BCE.
Mantendo-se esta política do BCE, o risco de bolha é maior, entendem os analistas do Commerzbank que apontam países como França, Bélgica e Luxemburgo como aqueles onde há maiores “sinais” de que as casas estão “significativamente sobrevalorizadas”. Nestes países, não houve “uma correcção significativa” nos preços “na sequência da crise financeira e da crise da dívida soberana”, pelo que é onde “o perigo de bolha imobiliária é considerável”.
No caso de Portugal e também da Holanda, onde os preços das casas têm disparado nos últimos tempos, não há ainda sinais de bolha, já que a crise baixou consideravelmente os valores do imobiliário. Mas “se o ímpeto actual se mantiver, os excessos no mercado são apenas uma questão de tempo“, aponta o Commerzbank.
Na Alemanha, os riscos também estão “a subir”, vaticina o Banco de Investimento, realçando que os valores das casas estão acima dos que se verificavam no início da crise de 2008.
Onde não há riscos de bolha, segundo o Commerzbank, é que na Itália e na Finlândia, países onde a subida do preço do imobiliário se tem verificado a ritmos mais controlados.
Fonte: ZAP