O presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, recusou-se a comentar sobre o caso Berardo, mas deixou um guia prático daquilo que o banco está a fazer para recuperar dívidas de grandes devedores.
O arresto da coleção de arte de Joe Berardo foi tema de destaque esta terça-feira, mas o presidente da Caixa, Paulo Macedo, recusou-se a comentar casos individuais. Por outro lado, preferiu generalizar e explicar aquilo que o banco pode, e está a fazer, para recuperar dívidas de grandes devedores e responsabilizar antigos gestores.
Quando um grande devedor deixa de pagar um empréstimo, há três execuções possíveis, segundo Paulo Macedo: execução dos devedores, execução dos colaterais (garantias) reais e execução de avalistas.
Além disso, Macedo refere dois tipos de pesquisa que podem ser feitos: a pesquisa dos bens de devedores e a pesquisa de bens de entidades controladas.
Adicionalmente, há ainda a possibilidade de análise e desagregação da personalidade jurídica das entidades e seus acionistas; queixa crime em caso de indícios de crime, nomeadamente, por burla; cooperação com outros bancos e autoridades; e, por fim, negociar com os devedores.
Paulo Macedo também referiu a ação da Caixa no que toca a antigos gestores que decidiram créditos ruinosos para o banco. Nestes casos, é necessário avaliar em que casos é que podem existir indícios de má gestão passível de responsabilidade civil ou crime, e apurar responsabilidades.
É necessária ainda: uma análise jurídica dos casos; uma análise financeira das operações; análise às informações do relatório da comissão parlamentar de inquérito à CGD e do inquérito do Ministério Público. Segundo o Observador, o administrador da Caixa propõe ainda ouvir os envolvidos e apresentar propostas aos acionistas.
O presidente da CGD garantiu que estão a ser tomadas várias medidas deste “guia” e que ele próprio já fez algumas participações criminais sobre créditos do banco. Macedo referiu ainda que apesar do relatório da comissão parlamentar de inquérito ter trazido novas informações, acabou por ter um impacto negativo na reputação do banco e levou à perda de foco dos gestores da área comercial.
Fonte: ZAP