O Jornal Paivense realizou entrevista exclusiva com o presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha, que recebeu-nos em seu gabinete, nos Paços do Concelho.
O Jornal Paivense realizou entrevista exclusiva com o presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha, que nos recebeu em seu gabinete, nos Paços do Concelho.Nesta entrevista, Gonçalo falou sobre futuro, vida pessoal, referências, ideologias políticas e das expectativas para este que é seu último mandato à frente do Executivo Municipal. O presidente também respondeu a perguntas enviadas pela população à nossa redação, como obras públicas, saneamento, gastos em festas do concelho e ação social.
Jornal Paivense: Como era a vida de Gonçalo Rocha antes da política?
Presidente: Entrei na vida política em 1994, como militante da Juventude Socialista e poucos meses depois entrei como militante para o Partido Socialista.
Antes da política, levava uma vida normal, como qualquer jovem. Sou proveniente de uma família humilde e trabalhadora. A minha era doméstica e trabalhava nos campos e o meu pai era cantoneiro da antiga JAE. Trabalhavam muito para sustentar a família e dar-me condições para estudar. Nessa altura, estudava na Escola Secundária de Castelo de Paiva, e depois quando entrei para o ensino universitário, dei continuidade a este percurso de militância socialista, assumindo cargos ao nível dos órgãos do partido a nível local e distrital.
Sempre tive um fascínio pela política, uma curiosidade pelo estudo e acompanhamento do funcionamento da atividade governativa e autárquica.
Sou marcadamente defensor e entusiasta do ideário socialista, assumindo os valores da igualdade, liberdade, fraternidade, modernidade e solidariedade como fundamentais para o nosso desenvolvimento social e económico. Fiz o meu ensino e a minha formação até aoSecundário em Castelo de Paiva. Comecei no ensino primário no lugar que outrora foi sede do concelho, Nojões, freguesia de Real.Frequentei ainda o Ensino Preparatório, onde hoje está instalada a Associação Comercial Industrial e mais tarde fiz até ao 12º ano na antiga Escola Secundária Reconheço com orgulho que muito devo a minha formação à excelência do ensino e da escola pública. Mas é indiscutível que sempre valorizei a actividade politica, como um verdadeiro serviço público, Sinto me um privilegiado de ter tido esta honrosa oportunidade de servir a minha terra.
Jornal Paivense: Quais são vossas principais influências políticas?
Presidente: A maior delas é o Dr. Mário Soares. Pelo seu passado, de luta antifascista, sofrendo inclusive perseguições, exilado e preso . Lutou pela liberdade, igualdade e pela verdadeira democracia do País. Considerado um politico brilhante, na profundidade da defesa dos grandes valores, de não ter medo de enfrentar as barreiras e as adversidades. Pela sua postura clara e firme, dividiu opiniões, gerou amores e ódios, mas congregador para defender os superiores interesses do País. Tinha visão de futuro e de modernidade, integrou Portugal na Europa e no Mundo. Defendia como poucos os mais pobres e os trabalhadores.
Mário Soares é o símbolo maior do Partido Socialista. Sempre apreciei e me identifiquei nos seus valores e na sua máxima: só é derrotado quem desiste de lutar.
António Guterres, outra figura de proa do Partido Socialista, humanista de excelência, brilhante tribuno parlamentar, trouxe a educação para a base da construção de uma sociedade mais justa, igualitária e desenvolvida.
Na área social foi o grande impulsionador da criação do Rendimento Mínimo Garantido, que permitiu criar um sustento financeiro aos mais desfavorecidos. Não me esqueço da sua preocupação com os mais necessitados: “se não ajudarmos os mais pobres, temo –los a entrar pela porta dentro das nossas casas”.
Foi um brilhante primeiro-ministro, um grande humanista e agora um grande líder da ONU, um orgulho para o nosso País. A nível local, o saudoso professor Joaquim Quintas marcou-me profundamente pela sua amizade, visão humanista e de modernidade para o concelho.

Jornal Paivense: Como foi a vossa caminhada até chegar ao Executivo Municipal?
Presidente: No último mandato de Antero Gaspar, um autarca de grande visão estratégica para o concelho, aproximei me mais da vida politica local, e sobretudo, quando Joaquim Quintas foi presidente da Câmara Municipal.
Identifiquei me com as suas grande marcas de desenvolvimento económico e social para o concelho.
Recordo a enorme visão estratégica do lançamento da Variante à EN 222, uma obra fundamental para o concelho, mas na altura do seu arranque mais pareceu, para alguns, um acto de loucura pelo facto de representar um enorme esforço e encargo financeiro para a autarquia.
A ideia foi acertada, na medida em que, se iniciou como obra municipal e depois do seu arranque, conseguiram transferir para a responsabilidade da Administração Central .
Se não tivessem utilizado esta estratégia provavelmente demoraria muitos mais anos a avançar com este importante investimento rodoviário.
Respondendo à questão, iniciei funções de presidente da concelhia do PS depois do inesperado falecimento de Joaquim Quintas em 2002, fiz parte da Assembleia Municipal durante um mandato em substituição, em 2005 assumi a vereação na oposição e, em Outubro de 2009, assumi o cargo de presidente da Câmara Municipal.
Jornal Paivense: Como o senhor define a vossa ligação com Castelo de Paiva?
Sou um cidadão natural desta terra. Nasci cá e a minha família também. Somos de origens humildes, tal como os paivenses, gente trabalhadora e que preza por honrar os seus compromissos. Nasci, cresci, estudei cá, e estivea trabalhar durante um período de cerca de 10 anos fora do concelho. Desempenhei funções na Loja do Cidadão de Aveiro., onde aprendi muito e adorei trabalhar.
Regressei à minha terra em 2009, sou paivense de corpo e alma, e adoro a minha terra e as nossas gentes. Gosto da política, sobretudo por Castelo de Paiva.
Jornal Paivense: O senhor já cogitou assumir cargos mais elevados na esfera política?
Como é o meu último mandato é natural, frequentemente, ser associada a minha saída da autarquia para outros cargos políticos. Confesso que não estou nada preocupado com isso. Estou focado na resolução dos problemas dos paivenses e da minha terra e na estratégia de desenvolvimento que assumimos. Acredito, convictamente, no trabalho do dia-a-dia com a minha incansável equipa e na naturalidade das coisas acontecerem quando tiverem que acontecer. Não tenho pressa, estou cá de alma e coração e não meti ainda os “ papéis para a reforma “. Quero continuar a fazer o melhor que sei e o que posso em prol da minha terra.
Jornal Paivense: Quando se faz uma retrospectiva dos vossos sucessivos mandatos, o que lhe vem à mente?
Presidente: Olhando para trás e olhando para estes 10 anos que já passaram, faltando 2 anos para concluir este mandato e este ciclo autárquico, tenho a consciência e o sentimento de que muito já se fez e muito há ainda a fazer. Assumimos funções num contexto extraordinariamente difícil, sobretudo ao nível financeiro, num ciclo governativo também marcado pela austeridade da Troika, com problemas de desemprego e sociais gravíssimos.
Uma gestão carregada de compromissos enormes por pagar, sobretudo à banca, de muitos milhões de euros, que nos limitou e condicionou, de sobremaneira, a nossa capacidade de investir e vontade de actuar. Não fora a capacidade e a resiliência da minha equipa e a compreensão e a participação dos paivenses neste desígnio fundamental de “endireitar” as contas municipais, tal não seria possível conseguir o objetivo de honrar os compromissos, fazer investimento como fizemos e promover a necessária política social.
Consideraria a melhoria da parte financeira, a diminuição significativa do desemprego, as inovadoras e indispensáveis medidas sociais e educacionais, e o investimento, nomeadamente de proximidade, estruturante e de valorização turística como os principais sucessos da nossa governação.
Trabalhamos sempre da mesma forma, próxima e amiga, pelas pessoas e com as pessoas, desde o primeiro momento que cá estamos. Os paivenses conhecem-nos e sabem que podem contar sempre connosco. Orgulhamo-nos muito da forma tão expressiva como os paivenses renovaram a sua confiança em todos os actos eleitorais, onde alcançamos resultados e vitórias eleitorais muito expressivas…estamos muito gratos e reconhecidos. Acreditamos convictamente na estratégia de desenvolvimento para o concelho.
Jornal Paivense: Quais são os principais factores limitantes para o concelho e especialmente da vossa administração no âmbito financeiro?
São muitos factores, e só para ter uma noção e um exemplo, entre juros e amortizações à Banca, e processos judiciais, já pagamos mais de 15 milhões de euros durante estes dez anos. Despesa e dívida que herdamos do anterior Executivo Municipal.
Num orçamento de 9/10 milhões de euros ano, é um encargo demasiado pesado para o nosso município, Quantas obras se poderiam ter concretizado com estes 15 milhões de euros?
Outro dado importante em termos financeiros foi o facto de já termos conseguido diminuir a divida de medio e longo prazo abaixo dos 5 milhões de euros, traduzindo –se na solidez de um município com as contas devidamente controladas e organizadas.
E evidente que temos agora mais condições de “navegar” em águas bem mais calmas, mesmo tendo em conta que as despesas continuam a ser muitas e as receitas do município diminutas.
Jornal Paivense: Como o senhor vê a questão de alguns habitantes do concelho alegarem que Castelo de Paiva está estagnado?
Presidente: Discordo em absoluto, embora reconheça que muito ainda há a fazer.
Primeiro há que por as contas em ordem, neste momento a divida de media e longo prazo já está abaixo dos 5 milhões de euros, cumprimos com os pagamentos aos fornecedores, e ganhamos capacidade de endividamento, algo que já não acontecia há mais de 15 anos.
Estamos a promover politicas de investimento em todos os sectores, acessibilidades, regeneração urbana, construção e reabilitação de equipamentos municipais, no turismo, no ambiente, nas escolas, na acção social, entre muitos outros investimentos.
Não escondo que a minha e a nossa ambição seria sempre muito mais. No entanto não podemos dar um passo maior do que a perna, sob pena de hipotecarmos o futuro das gerações vindouras.
A Camara Municipal tem de ser uma pessoa de bem e respeitar e projectar o futuro das novas gerações. Não se podem voltar a repetir erros como no passado. Orgulhamo-nos de ver o concelho, finalmente, a reduzir substancialmente a sua taxa de desemprego e a serem lançadas as acessibilidades estruturantes, nomeadamente a Variante à EN 222 e o IC 35.

Jornal Paivense: E quais são estes passos importantes que tem sido dados pela CM na área social?
Presidente: Em termos sociais lançamos medidas emblemáticas e pioneiras no país, como o Transporte Solidário para doentes e para pessoas com dificuldades financeiras.
Depois das restrições por parte do Ministério da Saúde para apoiar as famílias e doentes a terem acesso a consultas e exames de diagnostico, avançamos com esta medida social, protocolada com os nossos Bombeiros Voluntários, numa resposta muito importante para muita gente do concelho. Além disso, temos o Cheque – Farmácia e o Apoio à Natalidade. Lançamos também o apoio ao arrendamento e mantivemos a taxa do IMI, para além do desconto de 1% ta taxa de IRS. Temos um conjunto tão vasto de medidas sociais de que nos orgulhamos de concretizar.
Antes do Governo lançar a feliz iniciativa da atribuição gratuita com dos manuais escolares, já tínhamos avançado com sucesso com esta medida
Temos o programa alargado das Bolsas Escolares no ensino universitário e na área social destacamos a Loja Social, o Projecto Sol, entre um conjunto de outras medidas que tem uma amplitude muito significativa no concelho.
Jornal Paivense: Há projectos para obras e manutenção urbana para os próximos 2 anos que marcam o fim do vosso mandato?
Presidente: Temos cerca de 3 milhões de euros destinados a investimentos para lançar brevemente no âmbito da regeneração urbana, que vai seguramente transformar os espaços urbanos, com principal incidência aqui na zona da nossa vila.
Terminamos recentemente um grande investimento de requalificação da Estrada Municipal Serradelo – Vista Alegre, na freguesia da Raiva, e na envolvente do Bairro Social da Vila, em Sobrado.
Requalificamos vários espaços públicos, dos quais destaco a Quinta do Pinheiro, o Choupal em Pedorido, e com o apoio da APDL, melhoramos o Cais de Midões, Sardoura e do Castelo.
Noutros domínios de investimento e de intervenção , destaco o projecto Viver Payva Douro, que engloba 5 percursos temáticos, estando em obra o excelente Viver o Douro; construção de 3 ETAR’s através da SinDouro, a revisão do Plano Director Municipal, bem como vários investimentos de equipamentos, como o Centro de Recolha Animal, a Loja do Cidadão, reabilitação dos Armazéns Municipais e reabilitação da rede viária interna.
Jornal Paivense: E quanto a gerar empregos em Castelo de Paiva? O que tem sido feito pelo Executivo?
Presidente: Temos investido muito na diplomacia e no apoio no âmbito da empregabilidade. Várias empresas infelizmente encerraram com a crise provocada pela austeridade da Troika, muitos postos de trabalho se perderam.
Outros felizmente se manterem pela enorme capacidade e resiliência do nosso extraordinário tecido empresarial.
Felizmente, os resultados estão a surgir por força de um trabalho desenvolvido de forma exemplar nestes últimos anos pelos empresários e, naturalmente, com a decisiva participação dos nossos excelentes trabalhadores.
São muitos, felizmente, os exemplos, sendo a BRADCO a empresa que tem o projecto de maior dimensão em construção e com maior empregabilidade.
Neste momento trabalham nessa empresa cerca de 300 pessoas e existe a perspectiva de aumentar com mais 100 postos de trabalho.
Estamos muito orgulhosos com este sucesso, tal como de muitas empresas no nosso concelho. A todos agradeço, reconhecido o trabalho que têm feito no domínio da criação de emprego no nosso concelho, tal como nos motiva muito a possibilidade da vinda de outras empresas para o concelho, ao quais manifestamos toda a disponibilidade para apoiar e ajudar à sua instalação. Em perspectiva há também um investimento privado, com a criação do Centro Empresarial nas antigas instalações Cerne, na Póvoa.
Temos hoje um número de desempregados inscritos na ordem 650 pessoas, mas quando assumimos funções tínhamos eram mais de 1400 pessoas desempregadas, o que significa que estamos no bom caminho. Uma nota ainda, que considero importante, a forma como muitos dos nossos empresários têm sido incansáveis para a captação de novos investimentos para o concelho.
Neste momento, sente se que a nossa excelente mão-de-obra é reconhecida e muito valorizada pelos investidores. Considero ainda, que as acessibilidades estruturantes tem que ser concretizadas rapidamente para acompanhar este ritmo de crescimento económico que o concelho felizmente vive.
Temos finalmente, o compromisso deste Governo que muito nos motiva e anima, esperando que rapidamente essas obras tão importantes vão para o terreno. Castelo de Paiva é efectivamente uma terra atractiva para trabalhar, viver e desfrutar.
Jornal Paivense: O Passe Social vai aumentar a oferta de transporte na região?
Presidente: O Passe Social, uma excelente medida deste Governo, apoiado pela Câmara e pelo Tâmega e Sousa permite-nos chegar ao Porto por 40 euros/ mês, em transporte público. É uma revolução e uma grande transformação de mobilidade para o Grande Porto. É por isso um desafio e também uma oportunidade.
Aumenta seguramente a oferta de transporte e também o número de utilizadores. Uma coisa está ligada a outra. As empresas só colocarão autocarros se houver pessoas interessadas no serviço e esse é o maior desafio que temos de facto nos próximos anos neste domínio.
Neste âmbito, temos que continuar a criar condições de fixar e de atrair mais gente para o nosso concelho. Com boas acessibilidades e bons transportes públicos, boas escolas, emprego, educação, vamos continuar a crescer seguramente e iremo-nos transformar num concelho de referência para viver.
Jornal Paivense: Então como atrair pessoas jovens para Castelo de Paiva ?
Presidente: Insisto que as bases fundamentais do desenvolvimento de uma terra para fixar e captar pessoas, são seguramente o emprego, a educação e a saúde. Esse é um desafio para todos nós.
Jornal Paivense: O senhor considera que existe um défice habitacional em Castelo de Paiva? Existem famílias que já estão há quase um ano à procura de uma nova habitação e não conseguem encontrar nada por menos de 350 a 400 euros no concelho. O que fazer?
Presidente: Este é um problema que está a atingir muitos locais neste país.
De facto, o mercado imobiliário atingiu valores muito elevados, não só no arrendamento como na compra. Não me recordo, pelo menos nos anos mais próximos, um fenómeno com este, e de facto, o concelho enfrenta neste momento o desafio de aumentar a oferta habitacional.
Temos que apostar no mercado da habitação colectiva e no mercado da reabilitação habitacional, por forma a aumentar a oferta e a diminuir os custos de aquisição e de arrendamento.
Jornal Paivense: O que a Câmara pode fazer sobre essa questão habitacional?
Presidente: Estamos a apostar na disponibilização dos terrenos que são pertença do município e que estão disponíveis e que tenham viabilidade construtiva para os colocar no mercado a custos controlado para as famílias, e vamos fazer isso a curto prazo.
Jornal Paivense: Há pessoas que o admiram e que gostam dos rumos do vosso mandato. Mas existem também os críticos. Como o senhor vê as criticas? Uma das que foram levadas até a nossa redacção é de que, segundo eles, existe orçamento para ‘festas e festas’ mas nem sempre para obras públicas. O que o senhor responde sobre isso?
Presidente: Encaro as críticas com natural normalidade e respeito, estamos em Democracia. Não considero que as iniciativas que a Câmara Municipal tem levado a cabo sejam negativas, bem pelo contrário, porque dinamizam o comércio local, valorizam a comunidade e os agentes locais e promovem o concelho nos mais diversos aspectos.
Jornal Paivense: O que o senhor pretende fazer após o mandato? Já existe um sucessor? Muita gente pergunta isso, saber quem viria a concorrer pelo PS nas próximas eleições autárquicas em Castelo de Paiva.
Presidente: Não pensei nisso e como sabe tenho o meu trabalho onde posso regressar. O futuro a Deus pertence e neste momento estou centrado no que estou a fazer, que é trabalhar por Castelo de Paiva. Sinceramente não estou preocupado com isso. Quem me vai suceder será o Povo de Castelo de Paiva que irá escolher, no entanto, o Partido Socialista da qual faço parte saberá, como sempre, fazer a sua escolha.
Ainda não chegou esse momento formal da escolha do candidato. É evidente que tudo farei para que, o projecto do Partido Socialista volte a vencer as eleições, porque considero importante que o nosso projecto possa continuar.
É evidente, que no meu pensamento, já formei uma opinião relativamente àquela que poderá ser a melhor opção para dar a continuidade do nosso projecto e acho que até as pessoas já perceberam isso.
A minha principal preocupação será, sobretudo, trabalhar para que haja uma continuidade de um projecto sério, credível e que assegure a sustentabilidade de um desenvolvimento harmonioso e promissor para o concelho.
Jornal Paivense: Mas existe hoje um nome que seria de sua preferência para vos suceder?
Presidente: Como compreenderá, não posso adiantar essa minha preferência, porque essa competência será da Comissão Politica do Partido Socialista, que seguramente, saberá tomar a melhor decisão. Como referi, a minha preferência incidirá muito na preservação e na continuidade do nosso projecto.
Jornal Paivense: Minha última pergunta vem devido a algumas demandas, que surgiram a partir da reportagem da RTP, que colocou o Concelho de Castelo de Paiva no centro de uma polémica, relacionada ao antigo presidente Antero Gaspar. Além disso, houveram alguma queixas de pessoas que se sentiram prejudicadas na iniciativa Norte 2020, havendo também algumas insinuações de que talvez tenha ocorrido tráfico de influência com a questão da vossa proximidade o senhor Antero Gaspar. Por isso, queremos dar-lhe voz e oportunidade de referir sobre essa questão e que se manifeste sobre tais alegações
Presidente: Sobre esse assunto já tive oportunidade de dizer perante os órgãos da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal que o SI2E é um programa de apoio à Economia ao Empreendedorismo, fomentando a criação de postos de trabalho, neste caso com uma dotação de quase 3 milhões de euros.
Este é um tipo de programa que vem sendo já realizado no âmbito das Comunidades Intermunicipais e que, normalmente, tem despertado pouco interesse, junto da população do nosso município.
Este aviso e concurso em concreto teve uma enorme adesão, por força da eficiente comunicação e informação efectuadas junto da nossa comunidade.
O aviso resulta do facto de o Governo entender ser importante desenvolver um programa de apoio económico depois do momento difícil do incêndio que se registou em Outubro de 2017.
Efectivamente foram muitas as candidaturas e a dotação não foi suficiente para financiar todas as candidaturas aprovadas. É óbvio que gostaríamos que houvesse dotação para todas elas, mas tal não foi possível. Os critérios de aprovação foram definidos em aviso público, e analisados por um entidade insuspeita e credível, como é a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte.
Como tal, o processo de análise e aprovação nada teve a ver com a Câmara Municipal, e obedeceu a critérios que me parecem absolutamente insuspeitos quanto à sua credibilidade na decisão.