O Estado gastou, em 2017, mais 768 milhões de euros com os bancos falidos. No Orçamento do Estado para este ano, está previsto que a despesa aumente para os mil milhões de euros.
De acordo com a Conta Geral do Estado (CGE) de 2017, divulgada esta segunda-feira pelas Finanças e analisada pelo Diário de Notícias, a despesa realizada em 2017 por causa dos restos de bancos privados que faliram desde 2008 ascendeu a 768,2 milhões de euros, mais dez milhões de euros face ao que estava previsto no Orçamento do Estado.
Segundo o mesmo jornal, a este valor acrescerá ainda 1,2 milhões de euros com operações herdadas do antigo BES, mas a CGE ainda não disponibiliza os valores efetivamente executados do lado da receita (cobranças) e da despesa (pagamentos).
No Orçamento do Estado de 2018, o valor previsto para estes veículos financeiros supera os mil milhões de euros, mais 32% ou 249 milhões de euros do que o executado no ano passado.
O ministro das Finanças tem a cargo 12 veículos financeiros: quatro ligados aos Banif (Oitante, Banif Imobiliária, Banif SA e WIL – Projetos Turísticos), cinco ao antigo BES (ES Tech Ventures, Praça do Marquês, Quinta dos Cónegos – Sociedade Imobiliária, Righthour, GNB Concessões) e mais três com os restos do BPN (Parparticipadas, Parups e Parvalorem).
De acordo com o DN, que cita a CGE de 2017, contabilisticamente, as 11 operações (a GNB Concessões só ficou ao abrigo do Estado este ano) até geram um excedente orçamental. As suas receitas superam as despesas.
Só que, como explica o diário, o problema é que, em muitos casos, boa parte da receita do veículo financeiro é um empréstimo público ou uma injeção de capital feita pelo próprio Estado português.
Os gastos previstos com estas sociedades servem para financiar recuperação de ativos, pagar juros e capital que vença, para apoiar a venda de imóveis, pagar contencioso e litigância em tribunais, entre outros problemas, explica o jornal.
Fonte: ZAP