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Se as duas potências mundiais partissem para uma guerra nuclear, isso faria com que tivéssemos de enfrentar um inverno nuclear que duraria pelo menos uma década e que afetaria todo o globo.
Investigadores norte-americanos da Universidade Rutgers, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas (NCAR) e da Universidade do Colorado realizaram algumas simulações para descobrir o que aconteceria se os Estados Unidos e a Rússia se atacassem com todas as armas nucleares que atualmente possuem.
De acordo com o Science Alert, uma guerra nuclear entre estas duas potências mundiais iria mergulhar o planeta num inverno nuclear, com nuvens de fuligem e fumo por todo o lado. Globalmente, as temperaturas cairiam uma média de nove graus Celsius, devido à falta de luz solar.
O novo modelo corrobora um dos melhores modelos já existentes, publicado em 2007. Ambos preveem um inverno nuclear que duraria vários anos, mais de 30% de redução global na precipitação nos primeiros meses e uma nuvem de fumo que chegaria primeiro ao Hemisfério Norte e, de seguida, ao Hemisfério Sul.
De acordo com o novo relatório, publicado em julho na revista Journal of Geophysical Research: Atmospheres, a nuvem de fumo duraria mais tempo, de acordo com a versão 4 do Modelo de Clima da Comunidade da Atmosfera Total (WACCM4) usada pelos cientistas. Seriam libertadas pelas explosões nucleares cerca de 150 megatoneladas de fuligem.
Esta nuvem iria cobrir o Hemisfério Norte numa semana e todo o planeta dentro de duas semanas, reduzindo assim os níveis de luz na superfície. Posteriormente, demoraria cerca de três anos para a luz na superfície da Terra voltar a 40% do seu nível pré-guerra.
A equipa utilizou dados de incêndios florestais, erupções vulcânicas e detonações de bombas nucleares anteriores para mapear as enormes mudanças no clima, que incluiriam perdas agrícolas “devastadoras”, mudanças nos padrões do vento e o fim das monções de verão.
Este manto de nuvens, ao espalhar e absorver a radiação solar, levaria cerca de uma década para se dispersar, mostra também esta nova simulação. Porém, os níveis de fumo lançados na atmosfera seriam de uma “ordem de magnitude menor” do que aqueles que levaram à extinção dos dinossauros, por isso, os cientistas deixam em aberto a possibilidade de podermos conseguir recomeçar, caso algo deste género aconteça.