A Humanidade vai enfrentar uma “ameaça existencial” nas próximas décadas, com as consequências das alterações climáticas a criarem uma “elevada probabilidade de a civilização humana acabar” até 2050.
De acordo com uma notícia do Observador, divulgada na terça-feira, os alertas constam de um de um estudo publicado por um ‘think tank’ australiano, cujo trabalho foi apadrinhado por um antigo chefe das Forças Armadas norte-americanas, o Almirante Chris Barrie.
Logo no prefácio, o almirante escreveu que a análise “coloca a nu a verdade crua sobre a situação desesperada em que se encontram os humanos, e o nosso planeta, traçando um quadro perturbador acerca da possibilidade real de a vida humana na Terra estar a caminho da extinção, da forma mais horrível”.
O estudo do Breakthrough National Centre for Climate Restoration, em Melbourne, alerta para o risco de “consequências extremamente graves” relacionadas com as alterações climáticas, consequências que estão longe de ser corretamente valorizadas pelas populações e pelas lideranças políticas.
Basta que o planeta aqueça pelo menos três graus Celsius – a trajetória atual – para que se criem reações em cadeia que irão acelerar o colapso de ecossistemas-chave como os corais, a floresta amazónica e o gelo no Ártico.
“Mesmo com dois graus Celsius de aquecimento global, mais de mil milhões de pessoas terão de ser relocalizadas e, nos piores cenários, o grau de destruição vai além da nossa capacidade de predição, existindo uma elevada probabilidade de a civilização humana acabar”, lê-se no prefácio.
Estes riscos originam uma “ameaça existencial para a civilização humana, no curto a médio prazo”, defenderam os autores do estudo, advertindo para problemas que são quase impossíveis de quantificar porque “escapam a toda e qualquer semelhança com a experiência humana nos últimos mil anos”.
Até meados do século em curso, “os sistemas planetários e humanos vão atingir um ponto sem retorno, um cenário em que a perspetiva de uma Terra basicamente inabitável leva a um colapso das nações e da ordem internacional”.
A única forma de tentar evitar estas consequências seria uma “mobilização com uma escala comparável à Segundo Grande Guerra”, neste caso com o objetivo urgente de fazer uma transição para um sistema industrial de emissões-zero.