Uma equipa internacional de astrónomos foi surpreendida pela estranha explosão, há 170 milhões de anos, de uma estrela que causou o aparecimento de uma supernova.
Segundo o estudo, que vai ser publicado no jornal Astrophysical Journal Letters, trata-se de uma estrela Ia, corpo celeste cuja explosão é produzida quando uma anã branca rouba de uma estrela próxima uma quantidade de matéria superior à de que necessita, e se torna desequilibrada.
Estes corpos celestes geralmente aumentam o seu brilho gradualmente nas três semanas anteriores ao seu desaparecimento. Mas, de acordo com observações registadas em fevereiro por astrónomos da Universidade Nacional da Austrália, no caso da SN 2018oh, também conhecida como ASASSN-18bt, o processo concluiu-se em apenas alguns dias.
Os astrónomos, liderados por Brad Tucker, detectaram uma emissão de luz adicional dois dias depois da explosão da SN 2018oh. O excesso de brilho pode ser explicado pela interacção entre a substância expulsa da anã branca e uma estrela próxima.
No entanto, os autores do estudo não encontraram nenhum vestígio de estrelas de grandes dimensões na região, o que os levou a considerar a possibilidade de que a supernova tenha surgido a partir da fusão com outra anã branca que tivesse existido nas proximidades.
A explosão foi observada a dia 4 de fevereiro pelo observatório ASAS-SN, pelo Telescópio Espacial Kepler e por outros instrumentos, que registaram a emissão luminosa cerca de 170 milhões de anos depois de a explosão ter acontecido.
Os astrónomos recolheram informação tão detalhada acerca da SN 2018oh, que uma equipa constituída por mais de 130 cientistas produziu três estudos diferentes [1, 2, 3], que descrevem o comportamento de uma supernova com mais detalhe do que nunca.
Os cientistas caracterizam esta descoberta como uma observação sem precedentes do início da morte de uma estrela e acreditam que o achado possa vir a ser útil para determinar a taxa de explosão do Universo.