O Produto Interno Bruto (PIB) francês caiu cerca de 6% no primeiro trimestre, segundo estimativas publicadas esta quarta-feira pelo Banco de França (BdF), o pior desempenho trimestral da economia francesa desde 1945.
Tecnicamente, França está em recessão, frisa a agência noticiosa AFP, uma vez que os números oficiais revelaram que a economia encolheu 0,1% no último trimestre de 2019 – dois trimestres consecutivos de crescimento negativo colocam o país em recessão.
O Banco de França lembrou em comunicado que o único declínio trimestral do PIB desta magnitude foi registado no segundo trimestre de 1968, durante as revoltas sociais de maio, quando a queda foi de 5,3%.
A queda do PIB no primeiro trimestre de 2020 está diretamente relacionado com efeitos do confinamento devido à covid-19, que, segundo os cálculos do BdF, levou a uma diminuição de 32% na atividade da economia do país.
Esse declínio na atividade é particularmente intenso na construção civil (-75%), no comércio, transporte, acomodações e restaurantes (-65%), bem como na indústria, excluindo as indústrias agroalimentares e de energia (-48 %) Por outro lado, os setores menos afetados são a agricultura e a indústria agroalimentar (-6%), energia, tratamento e refino de carvão (-15%) e os serviços financeiros e imobiliários (-12%).
O Banco de França observa que a cada quinzena de confinamento reduz o PIB anual francês em cerca de 1,5 pontos percentuais.
Também na Alemanha, o desempenho da economia está a expressar os efeitos do novo coronavírus. O PIB alemão vai contrair 4,2% em 2020 devido ao impacto da pandemia, segundo as previsões anunciadas pelos principais institutos económicos do país.
A queda será o dobro da sofrida pelo país na crise financeira de 2009 e especialmente pronunciada no segundo trimestre deste ano, quando recuar 9,8%, depois de um recuo de 1,9% no primeiro trimestre. Depois da forte contração deste ano, os institutos estimam uma recuperação da economia alemã de 5,8% em 2021.
Em Portugal, as previsões de várias instituições para a recessão económica, na sequência da crise causada pela covid-19, vão de um recuo do PIB de 0,8%, no melhor cenário, até aos 20%, no pior.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 80 mil. Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Fonte: ZAP