Gerentes de balcão do Millennium BCP estão a ser alvo de processos disciplinares por terem falsificado a naturalidade de clientes oriundos de geografias consideradas de risco, de acordo com uma auditoria interna.
O Jornal Económico avança esta sexta-feira que há cerca de 10 gestores de balcão do Millennium BCP que enfrentam processos disciplinares após terem diso descobertos a falsearem a naturalidade de clientes oriundos de geografias consideradas de risco.
A alteração da naturalidade de clientes do BCP servia para acelerar o processo de contratação de crédito, uma vez que assim se evitava que o processo tivesse de subir ao departamento de risco. De acordo com os regulamentos, os clientes originários de países de risco têm de ser analisados pelo departamento de risco e de compliance do banco.
Segundo o mesmo jornal, o BCP descobriu casos em que os seus colaboradores alteravam a naturalidade de clientes nascidos na Índia, Angola, Moçambique ou Brasil para uma cidade portuguesa.
Após a aprovação, a naturalidade original dos clientes era reposta no seu processo.
Segundo uma fonte ouvida pelo Económico, as infrações terão sido motivadas pela pressão de demonstrar resultados comerciais.
O caso chegou ao conhecimento de Miguel Maya, presidente do BCP, que disse à Comissão de Trabalhadores (CT) do banco que “não haverá tolerância para ações que visem ‘enganar’ o sistema para alcançar objetivos comerciais”. “Estas ações prejudicam os trabalhadores que alcançaram os resultados honestamente, enganam o banco e causam perda de confiança por parte dos nossos clientes”.
Os dez colaboradores visados pelos processos disciplinares arricam despedimento.
Fonte: ZAP