O primo do líder do Partido Socialista, Carlos César, foi nomeado pelo Governo para a administração da empresa pública Navegação Aérea de Portugal (NAV), em julho de 2016, avançou a Sábado nesta segunda-feira.
De acordo com a revista, o nome foi proposto pelos ministros das Finanças e do Planeamento e das Infraestruturas, Mário Centeno e, na altura, Pedro Marques, respetivamente, e ratificado por António Costa, conforme consta na Resolução 24/2016, publicada a 3 de Agosto na II série do Diário da República.
Fancisco César Ramos Fernandes Gil tem um ordenado bruto de 4.578,20 euros por mês, recebe 1.831,27 euros em despesas de representação e 778 euros para renting de carro. Além destes valores, escreve a sábado, acrescem ainda 824 euros por ano de seguro de acidentes, material escolar e complemento de abono de família.
O primo do líder do PS, que utiliza como nome profissional Francisco Fernandes Gil, passou já por várias empresas públicas, entre as quais a administração do grupo Sata como vogal, e foi diretor executivo e presidente da Associação de Turismo dos Açores.
Engenheiro eletrotécnico e de computadores de formação, Francisco César Gil começou por trabalhar no setor privado como consultor de várias operadoras de telecomunicações.
Reagindo à notícia avançada pela Sábado, Carlos César negou nesta segunda-feira ter tido qualquer envolvimento na nomeação de Francisco César Gil para cargos em empresas públicas. Em comunicado, o líder socialista confirma que Francisco César Gil é seu primo, mas observa que se trata de uma relação de parentesco em quinto grau.
“Esclareço que, de acordo com o que me lembro sobre contagens de linha de parentesco, o Dr. Francisco Gil é meu parente em 5º grau(!) e, tanto quanto interessa também à verdade, nada tive nem tenho a ver com a sua condição profissional, ou com essa ou qualquer outra sua nomeação, nem atual nem passada”, pode ler-se na nota de imprensa.
A “notícia, como muitas outras, é falsa e insidiosa. Os seus autores numa coisa têm razão: é mais fácil caluniar do que alguém se defender da calúnia”, remata Carlos César.
No fim do mês passado, quando confrontado com a polémica em torno das relações familiares no Governo, o líder parlamentar socialista reiterou que é “natural” que, “em determinadas famílias onde essa vocação e essa proximidade se multiplicam, as pessoas tenham um empenhamento cívico similar”.
Fonte: ZAP