As mulheres que contraem a covid-19 durante a gravidez podem correr um maior risco de sofrer lesões na placenta, concluiu uma nova investigação.
Comparativamente com as mulheres não infetadas com o novo coronavírus, as mulheres infetadas parecem ter uma maior probabilidade de contraírem lesões na placenta, sugere o novo estudo, cujos resultados foram publicados no American Journal of Clinical Pathology.
Para chegar a esta conclusão, os cientistas analisaram as placentas de 16 mulheres diagnosticadas com o novo coronavírus oriundo da China, comparando-as depois com placentas examinadas anteriormente de mulheres que deram à luz antes de 2019.
De acordo com o portal Gizmodo, uma das mulheres analisadas no novo estudo sofreu um abordo espontâneo à 16.ª semana de gestação, havendo ainda registo de uma outra mulher que acabou por ter um parto prematuro (34.ª semana).
Nos restantes casos, não houve registo de problemas de saúde nos bebés após o nascimento. Contudo, foram observadas evidências de lesões de fluxo sanguíneo na placenta em 12 das 15 grávidas. Seis mulheres tiveram coágulo sanguíneos na placenta e cinco tinham uma placenta menor do que era esperado.
Outras investigações publicadas em revistas científicas defendem que a covid-19 não está a causar um maior risco de complicações em mulheres grávidas. Agora, o novo estudo, frisa que o risco não é igual a zero.
“[Os bebés que nasceram] eram saudáveis (…) mas os nosso resultados indicando que muito do fluxo sanguíneo foi bloqueado e muitas das placentas eram menores do que deveriam ser “, explicou Emily Miller, autora do estudo e professora de assistente de obstetrícia e ginecologia da Northwestern University, em Chicago, nos Estados Unidos, citada em comunicado da instituição de ensino.
“As placentas são construídas com uma enorme quantidade de redundâncias. Mesmo que apenas metade [da placenta] funcione, os bebés costumam ficar bem. Ainda assim, com a maioria dos bebés de boa saúde, existe os risco de algumas gestações ficarem comprometida”, continuou a especialista.
Jeffrey Goldstein, professor de patologia na mesma universidade norte-americana, acrescentou na mesma nota de imprensa: “A maioria destes bebés nasceu após gestações normais. Por isso, não esperámos encontrar nada de errado com as placentas, mas este vírus parece estar a induzir algum tipo de lesão“.
“Não parece induzir resultados negativos em bebés que nascem com vida, com base nos nosso dados limitados, mas [esta investigação] valida a ideia de que mulheres infetadas com a covid-19 devem ser acompanhas de perto”, rematou.