Um incêndio de grandes proporções, iniciado a 28 de julho de 2025 na freguesia de Alvarenga, em Arouca, alastrou-se pela localidade de Ancia, na freguesia de Real, no concelho de Castelo de Paiva, causando sérios prejuízos ao turismo local. As chamas, que obrigaram ao encerramento dos Passadiços do Paiva e da Ponte 516 Arouca, expõem a fragilidade dos alojamentos locais, hotéis e restaurantes de ambos os concelhos. Em Arouca, o fogo, combatido por 178 operacionais, 55 viaturas e oito meios aéreos, ameaça o Arouca Geopark, classificado pela UNESCO, tendo já atingido uma secção dos Passadiços. Em Castelo de Paiva, a proximidade com o rio Paiva e áreas florestais põe em risco infraestruturas como o Cimo da Vinha e os Trilhos Verdes, a cerca de 7 km dos Passadiços.
Incêndios anteriores, como o de setembro de 2024 em Arouca, que consumiu 6.000 hectares (20% do concelho) e gerou prejuízos de 5,3 milhões de euros, incluindo 350 mil euros nos Passadiços, evidenciam a vulnerabilidade da região. A interrupção abrupta das atrações turísticas provoca cancelamentos de reservas e uma quebra no fluxo de visitantes, afetando diretamente as receitas de alojamentos, restauração e comércio local. Em Castelo de Paiva, o turismo rural, centrado no rio Paiva e no rio Douro, enfrenta perdas semelhantes, com relatos de reservas canceladas em empreendimentos.
A recorrência destes incêndios, agravada por temperaturas elevadas (acima de 34°C) e baixa humidade, conforme alertado pelo IPMA, compromete a estabilidade dos operadores turísticos e desafia a resiliência económica de Arouca e Castelo de Paiva, que dependem do seu património natural.