A Câmara Municipal de Sintra não permitiu que Madonna levasse um cavalo para o interior da Quinta Nova da Assunção, em Belas, e o filmasse.
De acordo com o Sintra Notícias, a cantora norte-americana esteve na propriedade, que pertence à Câmara, na passada quarta-feira para gravar parte de um novo videoclipe que vai lançar, mas não foi autorizada a filmar a entrada de um cavalo no palacete. “Na passada sexta-feira a autarquia de Sintra informou, via email, que não estava autorizada a entrada de um cavalo dentro do palacete”, disse fonte da autarquia ao jornal local.
O palacete e os jardins da quinta serão os cenários escolhidos por Madonna para o seu mais recente projeto musical “Indian Summer”, iniciado quando a artista já vivia em Portugal.
O documento foi enviado pela produtora “Twenty Four Seven” para a autarquia a 12 de março e pedia a reserva do espaço entre os dias 15 e 20 de março para uma filmagem “de uma cantora conhecida mundialmente”. De acordo com o plano apresentado pela produtora, a que o Expresso teve acesso, as gravações só aconteceriam nos últimos dois dias entre as 17h00 e as 7h00.
Mas, de acordo com a reportagem do Sintra Notícias, a empresa de produção do videoclipes sabia que não havia autorização para o cavalo entrar dentro do edifício. “Apesar das mais variadas e abrangentes insistências, o município de Sintra deixou claro as condições subjacentes às filmagens da cantora”, disse a Câmara.
A cena que mostraria um “cavalo deitado no chão a interagir com a protagonista”, que seria filmado durante “um tempo de filmagem muito reduzido” de “entre uma hora e uma hora e meia” não podia acontecer “por motivos de segurança”, argumentou a Câmara.
“O soalho de madeira assenta sobre uma caixa de ar e podia ser danificado”, explicou fonte da autarquia ao Expresso, completando aquilo que a Câmara já tinha respondido à cantora. “O piso do rés do chão assenta sobre estrutura de vigas de madeira, sendo a caixa de ar ventilada, portanto um piso não estabilizado estruturalmente, o que impede a utilização de atividades que provoquem vibrações”, pode ler-se no relatório.
Conforme noticiado pelo Correio da Manhã no sábado, o agente informou Madonna da decisão da Câmara por mensagem. Mas a cantora não gostou da resposta: “Amanhã é tarde demais. Vamos filmar noutro lado. Esquece”. A seguir acrescenta: “Já dei tanto a este país e quando peço um favor simples, de facto para mostrar Portugal ao mundo, a resposta que obtenho é negativa”.
Outra versão da Câmara de Sintra foi contada pela Sapo, cuja fonte acusou a autarquia de ter permitido as gravações, que teriam sido interrompidas por um funcionário. “Na altura em que contactaram o município, parece que lhe disseram que o cavalo poderia entrar no palácio mas, quando se preparavam para o fazer, um dos funcionários teve de intervir. Trata-se de um edifício histórico”. O cavalo seria um puro-sangue lusitano.
O presidente da Câmara de Sintra reagiu este domingo a estas notícias. Em declarações ao Expresso, Basílio Horta sublinha que “há coisas que o dinheiro não paga”. “Em condição nenhuma deixaria entrar um cavalo no palácio, não tem qualquer sentido. A Madonna é uma artista, mas o palácio é de todos e não é para ser estragado”, justifica.
O Gabinete do presidente da Câmara confirmou que os funcionários de Madonna tentaram pressionar a autarquia a mudar de opinião. “Até disseram que iam falar com o primeiro-ministro”, contou a fonte do gabinete. Mas nada reverteu a resposta de Basílio Horta, que se recusou a conversar com a produtora da cantora.
Fonte: ZAP