António Cotrim / Lusa
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita
A Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) abriu um processo para esclarecer junto da PSP o caso da colombiana agredida por um segurança que trabalhava para o Serviço de Transportes Coletivos do Porto (STCP).
Numa nota enviada às redações, o Ministério da Administração Interna (MAI) diz que o ministro Eduardo Cabrita “não tolerará fenómenos de violência nem manifestações de cariz racista ou xenófobo”.
Depois de Nicol Quinayas, de 21 anos, nascida na Colômbia, ter sido violentamente agredida e insultada na madrugada de domingo, no Porto, por um segurança da empresa 2045 a exercer funções de fiscalização para o Serviço de Transportes Coletivos do Porto (STCP), vários partidos vieram condenar a agressão e exigir explicações ao Governo.
“Na sequência das questões suscitadas hoje por vários partidos parlamentares, relativas a uma ocorrência envolvendo uma cidadã colombiana no Porto, o Ministério da Administração Interna informa que, através da Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI), foi aberto um processo administrativo, que visa o esclarecimento da situação junto da Polícia de Segurança Pública (PSP)”, refere a nota do MAI.
O ministério acrescenta ainda que se encontra “em processo legislativo as alterações à Lei da Segurança Privada”.
Depois de o caso se ter tornado público, inicialmente pelas redes sociais e depois pelos jornais, a SOS Racismo condenou a agressão à jovem, que reside em Gondomar, no distrito do Porto.
Segundo uma fonte da PSP do Porto contacta pela agência Lusa, a jovem, com família colombiana mas com nacionalidade portuguesa, “apresentou queixa por agressão ocorrida na noite de São João”, no momento em que “aguardava na fila para entrar num autocarro da STCP”.
Esta quinta-feira, o Público avançou que a PSP só fez a participação da ocorrência três dias depois do incidente. Fonte da Direção Nacional da PSP referiu ao jornal que a data do auto é de 27 de junho, quando a agressão ocorreu na madrugada de 24 de Junho e a jovem fez queixa no dia seguinte numa esquadra.
Em comunicado, a 2045 confirmou a “ocorrência na STCP do Porto, na noite de São João, pelas 05h30/06h00”, e acrescenta que esta “foi comunicada à PSP, que esteve presente no local”. “O processo de averiguações interno está a decorrer”, indica a empresa, não adiantando quando o concluirá.
Sem nunca mencionar a acusação de “motivações racistas” avançada pela agredida, a 2045 refere, no entanto, ter “cerca de três mil funcionários, entre vigilantes e colaboradores da estrutura”, que incluem “elementos de várias etnias”, assegurando não haver “qualquer tipo de descriminação de nacionalidade, religião, raça ou género”.
Fonte: ZAP