Nove em cada dez pensionistas não conhecia o valor que iria receber até seis meses antes da data da reforma. Cerca de 30% dizem que gostariam de se ter reformado mais tarde.
A maioria dos portugueses (92%) reforma-se sem saber quanto vai receber de pensão. Além disso, uma parte ainda relevante lamenta o facto de não ter podido reformar-se mais tarde, adianta o Expresso.
Estas conclusões fazem parte da VI Sondagem do Instituto BBVA de Pensões “Longevidade e os Desafios da Poupança após a reforma”, divulgada esta quinta-feira, que analisa o perfil da população com idade a partir dos 60 anos em Portugal.
Quando questionados sobre o momento em que souberam quanto iria ser o valor mensal da sua pensão, mais de metade (55%) dos inquiridos responderam que apenas tomaram conhecimento do montante quando receberam a primeira pensão. Outros 37% indicaram que souberam esse valor entre um e seis meses antes de começarem a receber a pensão.
Jorge Bravo, membro do Fórum de Especialistas do Instituto BBVA de Pensões e professor da Nova IMS, diz que, apesar de ter havido um esforço do Estado e de outras instituições em simuladores, “ainda há um grande desconhecimento das pessoas que, muitas vezes, tomam uma decisão muito importante para o seu futuro – o momento da reforma – sem terem noção do que isso significa”.
Segundo o especialista, a antecipação da reforma “pode comprometer todo o esforço de uma carreira contributiva”, devido às penalizações associadas a essa antecipação, seja pelo fator de sustentabilidade (14,7% em 2019) ou pelo corte de 0,5% por cada mês de antecipação em relação à idade estatutária (66 anos e cinco meses em 2019).
Ainda assim, este desconhecimento poderá vir a diminuir no futuro, uma vez que o simulador da Segurança Social, disponível online, regista uma média diária de 10.500 pedidos de simulação.
Outra das conclusões prende-se com a insatisfação generalizada. Em termos médios, os inquirido que já se encontram reformados auferem uma pensão de 605 euros mensais e apenas 8% deles classificam a sua pensão como boa, sendo zero os que a classificam como muito boa. Os restantes dividem-se entre razoável (44%), má (31%) e muito má (17%).
Mais, 31% dos pensionistas indicam que gostariam de se ter reformado mais tarde. Em sentido contrário, apenas 11% responderam que gostariam de se ter reformado mais cedo.
Fonte: ZAP