A direção do PSD propôs que a votação das listas de candidatos, das moções de censura e de confiança bem como dos programas eleitorais seja feita de braço no ar no conselho nacional.
Esta alteração ao regulamento interno deste órgão, a aprovar esta sexta-feira, antes da aprovação das listas dos deputados, está a geral mal-estar dentro do PSD, mas a proximidade de eleições e a elaboração das listas para as legislativas não deixam margem para contestação pública.
No conselho nacional da crise interna, quando Luís Montenegro desafiou a liderança de Rui Rio, a discussão centrou-se sobre se a moção de confiança apresentada pelo líder do PSD deveria ser votada de braço no ar ou por voto secreto como requereu o grupo de críticos. Acabou por ser por voto secreto mas ficou a intenção de alterar o regulamento interno do conselho nacional.
O caso ainda se tornou mais agudo quando, no último conselho nacional, em março, para a aprovação das listas dos eurodeputados, também foi pedida a votação secreta, o que o regulamento permite desde que requerida por um quinto dos conselheiros.
Agora, com as listas de deputados à vista, Rui Rio quer evitar dificuldades na aprovação dos nomes dos candidatos quando se espera uma grande renovação na bancada parlamentar, escreve o Público.
A proposta de alteração ao artigo 13º do regulamento prevê que a votação por escrutínio secreto não se aplica “à votação de moções de confiança ou de censura nem às deliberações sobre a proposta de listas de candidatura ou de programa eleitoral a apresentar pelo partido a eleições”. Para pedir que a votação seja secreta são precisas as assinaturas de um décimo dos conselheiros nacionais, o dobro do que é exigido no regulamento atual.
A proposta da direção, que é subscrita por um grupo de conselheiros nacionais e algumas comissões políticas, segundo a agência Lusa, estabelece ainda que a votação possa ser nominal, “sempre que tal seja requerido por pelo menos um quinto dos membros do conselho nacional presentes”.
A alteração do modo de votação está a incomodar os sociais-democratas por considerarem que é a democracia interna do partido que está em causa.
Fonte: ZAP