Os ministros das Finanças da União Europeia chegaram a acordo sobre a reforma da zona euro, após 18 horas de negociações, anunciou esta terça-feira o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno.
Cerca de 18 horas de negociações resultaram num acordo sobre a reforma da zona euro. O anuncio foi feito pelo presidente do Eurogrupo, Mário Centeno.
Em conferência de imprensa em Bruxelas, Centeno anunciou: “Devo dizer que conseguimos. Depois de vários meses de intensas negociações e de uma reunião difícil, chegámos a um acordo sobre um plano para fortalecer o euro. Um plano que tem o aval de todos nós”.
Precisamente um ano depois de ter sido eleito presidente do fórum dos ministros das Finanças da zona euro, o ministro português alcançou o progresso mais significativo para completar a reforma das instituições da zona euro, aquela que apontou como a grande prioridade da sua presidência.
O Financial Times escreve que foram horas de muita disputa num esforço conjunto de obter um documento final que satisfizesse as exigências de Paris, Roma, Holanda e Berlim.
Desta forma, o acordo alcançado prevê um reforço da União Bancária da zona euro, dando-lhe mais capacidade financeira e ainda o fundo de resgate da zona euro – o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) – que passa a ter mais flexibilidade para ajudar os países a resistir a momentos de maior turbulência económica nos mercados financeiros, incluindo através da sua utilização não só para resgates público mas, também, para intervenções na banca.
Segundo o Observador, Emmanuel Macron, Presidente francês, conseguiu também abertura para que se continue a negociar o futuro orçamento europeu, um dos temas mais tensos no Eurogrupo. A Holanda tem sido um dos principais opositores desta medida, que Paris quer introduzir por defender que terá um efeito estabilizador para as economias do euro.
Na próxima semana, na cimeira europeia, voltará a ser discutido este orçamento “para a convergência e competitividade”. Por enquanto, ainda é cedo para dizer que já existe um acordo final para que esse orçamento possa funcionar como um “estabilizador automático”.
“Não atingimos uma visão comum sobre a necessidade e a conceção de tal mecanismo. As discussões técnicas vão continuar”, afirmou Centeno, reiterando, porém, que “isto não é o fim da estrada”.
Mário Centeno deu a entender que será necessário reformular o tratado que deu origem ao Mecanismo Europeu de Estabilidade, e isso passa, por exemplo, por ter o Mecanismo Europeu de Estabilidade a escrutinar os orçamentos dos países, algo que até ao momento só a Comissão Europeia é que faz.
Fonte: ZAP