Médicos em França pensam ter identificado aquele que será o primeiro caso confirmado de um bebé infetado com covid-19 no útero materno.
De acordo com o site Business Insider, a equipa médica conta que a grávida, de 23 anos, foi admitida no hospital Antoine Béclère, nos arredores de Paris, no dia 24 de março, tendo apresentando sintomas como febre e tosse.
Na altura, a mulher, grávida de 35 semanas, testou positivo para o novo coronavírus e acabou por ter um parto por cesariana, com o bebé a ser levado de imediato para os cuidados intensivos neonatais do hospital.
O bebé também testou positivo para a covid-19. Os médicos dizem que o recém-nascido sofreu uma inflamação do cérebro, o que sugere que o SARS-CoV-2 penetrou a placenta e entrou na corrente sanguínea da criança antes do parto.
Este caso foi alvo de um estudo publicado, esta terça-feira, na revista científica Nature Communications. Até agora, havia apenas evidências limitadas que mostravam que era possível recém-nascidos serem infetados ainda no útero materno.
“Demonstrámos que a transmissão transplacentária da infeção por SARS-CoV-2 é possível durante as últimas semanas de gravidez”, escreveram os médicos franceses.
Contudo, em declarações ao jornal The Guardian, Daniele De Luca, autor principal do estudo e diretor do departamento de Pediatria do hospital francês, destaca que estes casos são muito raros.
“As grávidas devem ser tranquilizadas. A gravidez é sempre muito controlada, por isso, se tiverem algo assim, isto pode ser controlado. Na maioria dos casos não haverá danos para o bebé. Há muitas coisas que podemos fazer, mas não podemos fechar os olhos e dizer que isto nunca vai acontecer”, afirmou.
Em junho, uma outra investigação também concluiu que as grávidas infetadas com covid-19 podem ter um maior risco de sofrer lesões na placenta.