Registos da Marinha norte-americana revelam que uma tempestade solar, em 1972, provocou a detonação de minas que tinham sido escondidas no mar, para fazer explodir navios, durante a Guerra do Vietname.
Este dado é apontado num artigo científico publicado no jornal Space Weather, onde se destaca que “entre 2 a 4 de Agosto de 1972, uma mancha solar produziu uma série de clarões brilhantes, aprimoramentos energéticos de partículas e material ejectado em direcção à Terra”.
Esses clarões abriram caminho para “o choque ultra-rápido” que se seguiu e que atingiu a Terra no “tempo recorde” de 14,6 horas, apontam os investigadores.
Praticamente todas as pessoas na Terra conseguiam ver estes clarões que provocaram o aparecimento de “auroras espectaculares” em locais como a costa sul do Reino Unido e Espanha, realça o Live Science.
Esta mega-tempestade solar também provocou “blackouts de rádio” durante o dia, levando à “súbita detonação de um grande número” de bombas subaquáticas dos EUA que “tinham sido largadas na costa do Vietname do Norte, três meses antes”.
Os pilotos que sobrevoavam a zona na altura, detectaram duas dúzias de explosões na área minada, num espaço de apenas 30 segundos, referem os autores da pesquisa.
Investigadores da Marinha norte-americana concluíram que a tempestade solar terá activado os sensores magnéticos das minas que estavam preparados para detectar navios.
O fenómeno levou a uma mudança estratégica na Marinha dos EUA, que foi forçada a procurar alternativas a esses sensores magnéticos, reforça o Live Science.
Quanto à enorme tempestade solar de 1972, as emissões de raios-X de longa duração que causou “permaneceram durante mais de 16 horas“.
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Um detector espacial assinalou, pela primeira vez, raios gama durante a tempestade solar que foi colocada no nível mais elevado da classificação existente e que só é atribuído “às chamas mais extremas e de amplo espectro”, como reparam os autores da pesquisa.
Os clarões provocaram danos nos painéis solares dos satélites em órbita no espaço e num satélite de comunicações de defesa, ligando indevidamente sensores da Força Aérea que marcavam a falsa detonação de uma bomba nuclear algures no planeta.
Eventos que poderiam ter causado “uma ameaça imediata à segurança dos astronautas”, caso algum estivesse em viagem para a Lua naquela altura, alertam também os investigadores.
Uma tempestade semelhante na actualidade poderia ter consequências muito mais perigosas, dada a dependência tecnológica e de aparelhos eléctricos que temos nos dias de hoje. Deste modo, salientam os cientistas, perceber melhor o fenómeno das tempestades solares é essencial para saber como lidar com elas futuramente.