Os SMS de alerta enviados pela Proteção Civil não servem para emergências, pelo menos para já, até porque o sistema ainda está em fase de desenvolvimento.
De acordo com o Jornal de Notícias, as mensagens de alerta (SMS) dos avisos da Proteção Civil demoram cerca de 12 horas a chegar aos destinatários e, por isso, não cumprem o objetivo de avisar as populações em caso de emergência.
A iniciativa, que partiu do Ministério da Administração Interna (MAI) e arrancou a 1 de junho, consiste no envio de SMS pelas operadoras de telecomunicações nacionais para que as populações possam agir de acordo com o que lhes é recomendado.
No entanto, para já, este sistema nunca foi acionado. A Proteção Civil adiantou ao jornal que ainda está a ser desenvolvido e que o que está previsto para este ano é o envio de um SMS preventivo, emitido apenas em situações excecionais, em que seja declarado o estado de alerta especial, de nível vermelho, para incêndios rurais.
A Vodafone, uma das operadoras envolvidas, explicou ao JN que “visto tratar-se de uma situação preventiva”, a mensagem de texto apenas pode ser entregue “nas 12 horas imediatamente a seguir ao pedido efetuado pela Proteção Civil”.
Em declarações ao diário, Luís Correia, vice-presidente do Instituto Superior Técnico, reconheceu a dificuldade do sistema porque “o processamento da informação não é imediato”.
O especialista sugere a utilização de outros sistemas de alerta, lembrando que as redes sociais, como o Facebook e o Twitter, também são bons meios para a emissão de alertas.
ANPC engana-se e aconselha a ligar para a Glassdrive
Na manhã desta quinta-feira, a distribuição deste tipo de mensagens já começou mal. Segundo o Diário de Notícias, a ANPC enviou um SMS para as pessoas de Beja e de Faro, recordando-as dos contactos disponíveis para esclarecer dúvidas em caso de incêndios.
No entanto, em vez do número de telefone da Proteção Civil, estava disponível o contacto 808 246 246 que, na verdade, pertence à empresa de substituição e reparação de vidros de automóveis Glassdrive. O número correto seria sim 800 246 246.
Em declarações ao diário, a empresa confirmou que já tinha recebido muitas chamadas de pessoas a pedir esclarecimentos sobre a mensagem de texto. Mais tarde, quando se tentava fazer a ligação era-se remetido para uma mensagem na qual se podia ouvir “não é possível completar a chamada” e a ligação desligava.
De acordo com o jornal, inicialmente a ANPC não tinha conhecimento desta falha mas, agora, fonte oficial já garantiu que se iria proceder ao reenvio da mensagem, desta vez com o número correto.
O Governo decidiu declarar “situação de alerta” até ao próximo dia 6 de agosto, próxima segunda-feira, devido à previsão de calor extremo e agravamento do risco de incêndio florestal.
Fonte: ZAP